Os preços internos do trigo se descolaram expressivamente dos externos.
Enquanto há um ano os valores no Brasil estavam inferiores aos registrados na Argentina e nos Estados Unidos, atualmente, estão 38% maiores.
Esta diferença tende a favorecer as importações em detrimento das aquisições do produto brasileiro.
Ao mesmo tempo, essa distância entre os valores interno e externo indica a necessidade de ajustamento – neste caso, a dificuldade é saber se os preços brasileiros irão ceder ou os externos, subir.
No Brasil, a semeadura de trigo está praticamente finalizada.
O foco agora fica em relação aos tratos culturais.
No Paraná, especificamente, há preocupação com o clima seco dos últimos dias e da previsão de que chuvas podem demorar a chegar.
No Rio Grande do Sul, as condições das lavouras estão heterogêneas, devido ao clima no período da implantação.
Em algumas regiões, plantas apresentam bom perfilhamento, enquanto as áreas semeadas mais tardiamente encaram o déficit hídrico dos solos, o que tem dificultado o processo de germinação.
AÇÚCAR: Cotação segue firme mesmo com usina priorizando produção de açúcar
A moagem da cana-de-açúcar da safra 2016/17 segue firme e muitas usinas do estado de São Paulo vêm priorizando a produção do açúcar em detrimento do etanol.
O comportamento de usinas paulistas, no entanto, está distinto.
Enquanto agentes de algumas unidades cedem nos preços de venda, especialmente os que negociam açúcar de menor qualidade, outros, que detêm cristal de maior qualidade, se mantêm firmes nos valores pedidos.
Muitas usinas, ainda, continuam focadas no atendimento de contratos dos mercados interno e externo.
Nesse cenário, os preços registram pequenas oscilações diárias, mas, no balanço, estão firmes.
Na segunda-feira, 25, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal cor Icumsa entre 130 e 180 fechou a R$ 86,31/saca de 50 kg, alta de 0,5% frente à segunda-feira anterior, 18.
ETANOL: Oferta reduzida e demanda elevada impulsionam hidratado
Com bons volumes negociados, em especial de hidratado, os preços dos etanóis subiram na última semana no mercado paulista.
Além disso, usinas continuam priorizando a produção de açúcar, limitando o volume de etanol ofertado e reforçando as altas do combustível.
Entre 18 e 22 de julho, o Indicador semanal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) do hidratado teve média de R$ 1,5390/l, expressiva alta de 5% frente ao período anterior.
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa do hidratado, posto Paulínia (SP), fechou a R$ 1.489,50/m3 (sem impostos) na segunda-feira, 25, aumento de 1,8% na comparação com a segunda anterior.
Para o anidro, o Indicador semanal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) fechou na média de R$ 1,6222/l de 18 a 22 de julho, pequena variação positiva de 0,3% em relação ao fechamento anterior.
O suporte continua vindo da demanda do Nordeste, já que a safra só deve iniciar em setembro na região.