As boas condições das lavouras de soja nos Estados Unidos e as demandas mundial e brasileira enfraquecidas resultaram em queda nos valores domésticos da soja na última semana.
Segundo pesquisadores do Cepea, houve aumento na diferença entre os valores oferecidos por compradores e pedidos por vendedores brasileiros, cenário que reduziu a liquidez no mercado.
Assim, os valores estiveram praticamente nominais, com negociações ocorrendo apenas quando houve necessidade imediata.
O Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no porto de Paranaguá (PR), recuou significativos 6,5% entre 15 e 22 de julho, fechando a R$ 83,76/saca de 60 kg na sexta-feira, 22.
A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, também cedeu expressivos 6,75% em sete dias, a R$ 78,72/saca 60 kg na sexta.
Mesmo diante das recentes quedas, produtores e comerciantes que têm soja disponível para comercializar estão retraídos, aguardando a definição da safra norte-americana.
Além disso, vendedores domésticos esperam por maior demanda por parte de algumas indústrias esmagadoras do mercado brasileiro, as quais sinalizam estar com estoques baixos
MILHO: Comprador volta ao mercado e movimento de alta ganha força
A maior presença de compradores na última semana deu mais suporte ao movimento de alta nos preços do milho.
Com baixos estoques e temendo encarar novamente um cenário difícil, como o verificado no primeiro semestre, compradores voltaram ao mercado, segundo pesquisadores do Cepea.
A oferta, no entanto, ainda está limitada, visto que muitos produtores estão retraídos.
Com isso, os negócios realizados seguem pontuais, ocorrendo de acordo com a necessidade de comprador, que, novamente, passou a “tomar” preços.
Na região de Campinas (SP), entre 15 e 22 de julho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 8%, fechando a R$ 47,39/saca de 60 kg na sexta-feira, 22.
Em junho, esse Indicador recuou expressivos 22%, mas, em julho, já acumula recuperação de 14,8%.
Nas demais regiões acompanhadas pelo Cepea, o movimento de alta também foi intenso.
MANDIOCA: Maior oferta enfraquece movimento de alta
Ainda que parte dos agricultores continue priorizando o plantio, o ritmo da colheita da raiz de mandioca aumentou na semana passada, elevando a oferta do produto para as indústrias.
Como resultado, a quantidade de fécula processada avançou 12% em relação à semana anterior.
Segundo pesquisadores do Cepea, o maior volume ofertado e a menor demanda industrial, especialmente de unidades de farinha, enfraqueceram o movimento de alta dos preços, que vinha sendo expressivo nas semanas anteriores.
O valor médio a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia nesta semana foi de R$ 381,01, ligeiro 0,26% acima da média anterior.
Ainda assim, em quatro semanas, a alta acumulada é de 11%