As cotações internacionais do café voltaram a recuar nesta semana no mercado internacional. Em Nova York, o vencimento dezembro do contrato C foi cotado a US$ 1,2935 por libra-peso, aferindo perdas de 205 pontos em relação à semana antecedente. Na ICE Futures Europe, o vencimento novembro do contrato futuro do robusta recuou US$ 43, para US$ 2.069 por tonelada.
Os preços continuam pressionados sobre especulações de uma safra volumosa no Brasil em 2018, mas traders acreditam que fazer prognósticos a respeito de uma colheita muito distante pode ser bem arriscado para os que apostam nisso.
Esses participantes recomendam cautela em meio ao cenário atual, onde players internacionais creem que a recuperação das exportações do Brasil em agosto pode sinalizar que a oferta não deve ser tão apertada e, do outro lado, há os que citam que a demanda continua baixa, com os principais importadores possuindo níveis elevados de estoques. Esse panorama faz com que somente quem tem necessidade urgente de compra ou venda de café entre no mercado.
Analistas disseram que a tendência permanece negativa no curto prazo, com a possibilidade de uma reação maior das cotações podendo ocorrer mais para o fim do ano. O que se observa é que o mercado tem focado sua atenção no clima e seus efeitos na safra 2018, o que é precoce nesse período do ano, e “esquecido” de verificar a quebra de safra consolidada em 2017, o que pressiona o mercado.
Nesta semana, o recuo do dólar comercial frente ao real brasileiro foi um fator que ajudou a mitigar a desvalorização nos preços do café. A divisa norte-americana encerrou o pregão de ontem a R$ 3,1475, com perda de 0,2% na comparação com a semana passada.
Em relação à meteorologia, a Climatempo informa que uma frente avança pelo mar desde ontem, com os ventos mudando de direção na costa da Região Sudeste. No entanto, apesar do aumento das nuvens, há possibilidade de chuviscos apenas no leste de São Paulo e no sul do Rio de Janeiro.
Já de acordo com a Somar Meteorologia, a passagem de uma frente fria nesta sexta-feira pode trazer precipitações com mais frequência para o Espírito Santo. Mas o serviço também aponta que, no geral, as previsões seguem indicando tempo seco para a maior parte do cinturão produtor de café do Brasil até o fim da semana que vem.
No Brasil, as cotações percorreram o mesmo caminho dos preços externos e recuaram nas praças de comercialização. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os agentes continuam retraídos e o mercado segue com baixa liquidez. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 445,72/saca e a R$ 406,93/saca, ambos com variações negativas de 0,7% na comparação com o fechamento da semana anterior.