Com Maria Eduarda Chaim e Felipe Fabbri
Nesta semana, o mercado de reposição de bovinos manteve-se firme, destacando-se pela valorização das fêmeas prontas para a reprodução, como vacas boiadeiras e novilhas. A demanda elevada por esses animais resulta de uma convergência de fatores, incluindo o ciclo produtivo, a restrição de oferta e as condições climáticas que limitam o suporte de pastagens em várias regiões. Contudo, a chegada das chuvas, com uma previsão de estabilização para o restante do ano, traz uma perspectiva favorável para a recuperação das pastagens.
No atual cenário, vacas boiadeiras e novilhas assumem a função de dar sustentabilidade ao ciclo produtivo. Esses animais possibilitam ao pecuarista não apenas garantir a reprodução e a renovação do rebanho, mas também acelerar a produção de carne, tornando-se uma alternativa em momentos de demanda elevada. Durante períodos de escassez, essas fêmeas são valorizadas, sendo demandadas tanto por aqueles que visam a reprodução quanto por aqueles que se concentram no ciclo de engorda. Este ajuste de oferta é influenciado pelo ciclo pecuário que afeta a disponibilidade de fêmeas prontas para a reprodução: decisões anteriores de abate de matrizes e novilhas jovens resultaram agora em um número reduzido desses animais no mercado, elevando as cotações.
A chegada das chuvas e a expectativa de estabilização das condições climáticas são fatores que aliviam a pressão sobre o custo de manutenção do rebanho e aumentam a atratividade para reposição do rebanho. À medida que a qualidade forrageira melhora, esses animais tornam-se menos dependentes de suplementação nutricional e manejos intensivos, tornando-se uma opção viável.
Em vez de investir em animais jovens, que demandam mais cuidados e recursos, muitos pecuaristas estão direcionando seus esforços para animais erados, que oferecem um melhor custo-benefício neste momento. Para os pecuaristas, adquirir fêmeas prontas para reprodução ou próximas do ponto de abate representa uma alternativa, pois proporciona retorno em menor tempo e com menor risco alimentar.
Além disso, o mercado futuro do boi gordo projeta uma valorização contínua da cotação da arroba, sinalizando um cenário de demanda aquecida tanto no mercado interno quanto para a exportação.
À medida que as chuvas se estabilizam e a qualidade das pastagens melhora ao longo dos próximos meses, espera-se que a valorização das fêmeas prontas para a reprodução permaneça em alta.
Mercado do boi deverá seguir com preços firmes
Em curto prazo, a oferta de fêmeas mais comedida e um quadro de demanda sustentada, deverão seguir ditando firmeza às cotações no mercado do boi gordo no início de novembro.