BALANÇO SEMANAL — 25 a 29/05/2015
MERCADO
As cotações futuras do café voltaram a cair nesta semana, chegando a atingir os níveis mais baixos desde janeiro de 2014. Pesam negativamente sobre o mercado a valorização do dólar e a multiplicidade de estimativas de safra.
Em relação à colheita brasileira, as chuvas têm atrapalhado os trabalhos e a secagem dos grãos em algumas áreas do cinturão produtor. Segundo a Climatempo, um sistema de baixa pressão atmosférica que já está posicionado no Sul do Brasil resultará em chuvas na região Sudeste nos próximos 15 dias, principalmente sobre o Estado de São Paulo e no Centro-Sul e no Cerrado de Minas Gerais.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) realizou um levantamento sobre o andamento da safra 2015/16 nas diferentes origens nacionais, que reforça a preocupação dos produtores com a umidade neste período de colheita.
Conforme demonstrado no quadro abaixo, há risco de depreciação da qualidade dos grãos de arábica, principalmente no Cerrado Mineiro, cuja produção já foi bastante afetada pelas condições climáticas adversas do ano passado.
O dólar voltou a acumular alta nesta semana, refletindo o cenário internacional de especulações quanto à possibilidade de aumento dos juros nos Estados Unidos ainda neste semestre e as dificuldades de consecução do ajuste fiscal do Brasil. Ontem, a moeda norte-americana encerrou o pregão a 3,1638, com ganhos de 2,2% desde a última sexta-feira.
O vencimento julho do Contrato C foi cotado a US$ 1,2515 por libra-peso, acumulando queda de 225 pontos em relação ao desempenho da sexta-feira passada. Na ICE Futures Europe, as cotações do robusta também apresentaram desvalorização. Ontem, o vencimento julho/2015 encerrou o pregão a US$ 1.622 por tonelada, com perdas de US$ 4 na semana.
O mercado físico brasileiro seguiu com fraca movimentação, já que os vendedores estão retraídos. Na quinta, o valor do indicador calculado pelo Cepea para o café arábica foi de R$ 409,83/saca, com queda de 1% em relação ao final da semana anterior. Já o indicador do conilon manteve-se no mesmo patamar da última sexta-feira, sendo contado a R$ 290,80/saca.
O Cepea avalia que o atual nível de preços, aquém das expectativas dos produtores, pode postergar a oferta efetiva dos lotes da safra corrente. Um forte indicativo desta tendência é a menor quantidade de vendas antecipadas dos grãos a serem colhidos em relação ao mesmo período do ano passado.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo