Em vista aos resultados dos indicadores divulgados hoje e com o resultado da votação da comissão especial da câmara para a PEC 241, confirmamos a alteração de nosso call de início afrouxamento monetário pelo Copom de novembro para outubro, sendo iniciado com um corte de 50 bp na Selic.
Em conversas recentes com analistas políticos em Brasília, a perspectiva de aprovação da PEC na Câmara é grande e deve repetir o resultado das urnas no pleito municipal, ou seja, uma vitória expressiva da atual situação.
Segue a análise dos indicadores divulgados hoje:
O IGP-DI surpreendeu ao mercado com o resultado abaixo das expectativas médias dos analistas aos 0,03%, fechando o ano em setembro aos 9,74% (Proj. Infinity: 0,23% mm; 9,93% aa).
A principal surpresa partiu da deflação no índice ao atacado, onde projetávamos uma desinflação para 0,27%, ante medição anterior de 0,50%, porém a desinflação do item matéria prima superou nossas coletas aos 0,40% (Proj. Infinity: 1,15%), de uma alta anterior de 1,42%, o que levou o IPA-M para -0,03% (Proj. Infinity: 0,25%).
A maior influência veio de produtos agrícolas, com queda de -1,56%, na linha inversa de bens industriais, os quais apresentar maior inflação de 0,60%. Isto indica que o item alimentação pode estender ao varejo para o próximo mês a deflação que tem se apresentado e influenciar ainda mais os IPCs.
O IPCA repete IGP-DI e apresenta resultado abaixo da menor projeção do mercado, aos 0,08%, fechando o ano em 8,48% (Proj. Infinity: 0,21% mm; 8,62% aa).
Mais uma vez, o item alimentação foi o maior responsável pela queda, com contração de -0,29% (Proj. Infinity: -0,03%), mais expressiva quando comparada com a observada no IPC-DI de hoje.
Somente três itens apresentaram pressão superior à medição anterior: habitação, o qual saiu de 0,30% para 0,63% (Proj. Infinity: 0,48%), comunicação de -0,02% para 0,18% (Proi. Infinity: -0,01%) e vestuário de 0,15% para 0,43% (Proj. Infinity: 0,49%).
O restante apresentou queda, conforme detalhamento abaixo:
Alimentação e Bebidas: de 0,30% para -0,29% (Proj. Infinity: -0,03%)
Transportes: de 0,27% para -0,10% (Proj. Infinity: -0,10%)
Habitação: de 0,30% para 0,63% (Proj. Infinity: 0,48%)
Saúde e Cuid. Pessoais: de 0,80% para 0,33% (Proj. Infinity: 0,53%)
Despesas Pessoais: de 0,96% para 0,10% (Proj. Infinity: 0,60%)
Vestuário: de 0,15% para 0,43% (Proj. Infinity: 0,49%)
Comunicação: de -0,02% para 0,18% (Proj. Infinity: -0,01%)
Artigos para Res.: de 0,36% para -0,23% (Proj. Infinity: 0,25%)
Educação: de 0,99% para 0,18% (Proj. Infinity: 0,25%)
O Payroll apresentou resultado abaixo das expectativas aos 156.000 postos de trabalho, ante projeção de 170.000, com anterior revisão de 151.000 para 167.000 e o desemprego subiu de 4,9% para 5,0%.
O indicador sofreu com as perdas no setor de manufaturas acima das projeções de -4.000 vagas, com -13.000 em setembro. O governo foi responsável por -11.000 vagas e o setor privado por 167.000, sendo serviços responsáveis por 157.000 do total de criação de postos de trabalho, com destaque para a criação de 67.000 vagas em serviços profissionais de negócios.
Os ganhos por hora superaram a medição anterior aos 0,2%, porém ficaram abaixo da projeção de 0,3%.
Com este resultado, o processo de aperto monetário não se reverte em dezembro nos EUA, porém fica questionada a sua continuidade durante 2017.