Quando pensamos em investimentos, logo imaginamos formas de rentabilizar nosso dinheiro, para isso, buscamos ativos que nos forneça, de forma real, alguma rentabilidade.
De forma racional, não faz sentido investirmos em um ativo que tenha um retorno semelhante a outro ativo por um risco maior. Por exemplo: qual a vantagem de investir em uma empresa X, que apresente rentabilidade semelhante a um Tesouro Selic? Suponhamos que um título do governo pague 10% a.a. - no caso da Selic, o risco é quase que inexistente – e a projeção para uma carteira de ações, é também 10% a.a., com riscos específicos e riscos sistemáticos. Nesse exemplo, é muito mais vantajoso alocarmos nosso capital no Tesouro Direto.
Para nos posicionarmos de forma adequada, e montarmos da forma mais segura possível nossa carteira de ativos, foram desenvolvidos dois índices para calcularmos a relação risco/retorno, são eles: o Índice Sharpe e o Índice Treynor.
Índice Sharpe:
Indica a relação do retorno pelo risco assumido, levando em consideração um Benchmark, comumente utilizado como referencial o IBOVESPA. Tem-se como fórmula para obtenção de tal índice: IS = (Rp – Rf) /OP, sendo:
· IS – Índice Sharpe
· Rp – Retorno do Ativo
· Rf – Referencial usado, no caso, rentabilidade do IBOVESPA.
· OP – Desvio Padrão do Ativo, assumido como volatilidade.
Índice Sharpe na Prática
Levemos em consideração uma carteira de investimentos cujos últimos 12 meses obteve uma rentabilidade de 21,85%, com uma volatilidade de 26,2%. O IBOVESPA conta, também nesse período, com resultados na casa dos 1,69%. Aplicando a Fórmula, obtemos: IS = (2,185-0,169) / 2,62 = 0,76. Isso nos mostra que a cada 1% de retorno em excesso, obtém-se 1,31% de risco (1/0, 76).
Índice Treynor
O índiceTreynor também mede o retorno por unidade de risco assumido, mas considera o Beta como medida de variação, a equação do índice é : TA = (RA – RF) / βA , onde :
· TA – Índice Treynor
· Ra – Retorno do Ativo
· Rf – Retorno do Ativo Livre de Risco, ou um Referencial Benchmark.
· β – Beta do Ativo analisado (variação da carteira em relação a variação do mercado)
Índice Treynor na Prática
Imaginemos uma carteira de investimento, que ao decorrer de 24 meses, teve sua rentabilidade equivalente a 15% a.a, e conta com um β de 1,54. Já o IBOVESPA, durante esse período, apresentou 8% de retorno. Para calcularmos a unidade de risco por retorno, devemos utilizar a fórmula de Treynor, nos dando: TA = (0,15-0,08) / 1,54 = 0,04.
As carteiras de ativos devem ser comparadas dentro de um mesmo índice; e os indicadores de risco, assim como quaisquer outros indicadores, não devem ser analisados de forma independente.
Para finalizar, deixo a vocês duas frases que levo comigo:
“O risco vem de não saber o que você está fazendo” – Warren Buffett.
“Eu consigo calcular o movimento dos corpos celestiais, mas não a loucura das pessoas.” – Isaac Newton.