Em uma semana marcada por baixa volatilidade, os contratos futuros do café apresentaram pouca oscilação nos mercados internacionais. Com o avanço da colheita nas regiões produtoras brasileiras, as atenções seguem voltadas às condições climáticas no País.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento julho do Contrato C subiu 80 pontos na semana, encerrando o pregão de ontem a US$ 1,2635 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento julho do contrato futuro do robusta avançou US$ 2, finalizando a sessão de quinta-feira a US$ 1.983 por tonelada.
Mesmo com os serviços de meteorologia afastando os riscos de geadas, atualmente, no cinturão cafeeiro do Brasil, o clima ainda é motivo de atenção dos agentes de mercado. A Somar Meteorologia informou que o avanço de uma massa de ar polar, no fim de semana, entre o norte do Rio Grande do Sul e o oeste de Santa Catarina derrubará as temperaturas.
Na microrregião de Poços de Caldas (MG), o risco de frio extremo se reduzirá de hoje para sábado. A mínima prevista para áreas com mais de 1.000 metros de altitude variará de 0ºC a 2ºC, porém o vento em altitude reduz a possibilidade de geada. A presença do centro de alta pressão atmosférica sobre o sul de Minas Gerais, no domingo, mantém o risco de geada fraca e isolada em áreas produtoras acima dos 1.000 metros de altitude.
A Somar destacou, ainda, que, desde a segunda-feira passada, quando surgiram previsões de frio intenso, o risco de geada foi restrito a algumas áreas específicas do Sul de Minas, sem muita abrangência. Por fim, o serviço de meteorologia explica que o cenário atual não é definitivo e que as informações serão atualizadas, exigindo monitoramento frequente sobre as regiões produtoras.
O dólar comercial também teve baixa volatilidade no período, frente aos relatos de que o Banco Central Europeu poderia revisar para baixo suas projeções econômicas. No Brasil, também em meio a pouco volume de negócios em função da expectativa para o desfecho do julgamento de ação contra a chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a moeda norte-americana encerrou a quinta-feira a R$ 3,2652, com leve valorização de 0,3% na comparação com a semana anterior.
No mercado interno, o ritmo de negócios segue calmo, com os agentes afastados do mercado, monitorando as condições climáticas no Brasil. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 451,41/saca e a R$ 426,54/saca, respectivamente, com variações de 0,98% e de -0,28% em relação ao fechamento da sexta-feira passada.
Com o avanço dos trabalhos de colheita no Brasil, o CNC reitera aos produtores a necessidade de uma boa varrição dos cafés, haja vista que a medida é fundamental para proteção e prevenção da incidência de pragas nos cafezais.
Também aproveitamos para recordar que o equilíbrio entre oferta e demanda é essencial para que não haja aviltamento dos preços. Dessa forma, não se deve pensar na abertura de novas áreas com café no momento, uma vez que, mesmo diante de uma safra menor, os volumes de produção e estoques são satisfatórios para honrar os compromissos com exportação e consumo interno.