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Construindo um Sistema de Análise, Parte 2: Análise Técnica Integrada

Publicado 15.09.2020, 11:20

Na semana anterior discuti aqui sobre os vários fatores de risco a serem considerados num sistema de análise técnica, tanto do ponto de vista individual (cada operação) quanto serial (de várias operações ao longo do tempo). Além disso, destaquei como existe um escopo relativamente pequeno de razões para desenvolver um sistema desse tipo – em suma, se você precisa de um instrumento ou estratégia que não está contemplado nos mercados tradicionais.
No texto desta semana, abordarei agora os aspectos mais concretos desse desenvolvimento, sem me deter demais em uma ou outra ferramenta específica (indicadores, técnicas, etc.) e, no lugar, enfatizando as bases conceituais para sua utilização. Parto aqui da perspectiva que chamo, por falta de termo melhor, de análise técnica integrada, visto que tenta dar igual importância aos quatro aspectos essenciais de qualquer mercado. Além, claro, do preço, esses incluem o volume, a volatilidade e os fundamentos daquele ativo.
A razão para dar um nome específico a esse tipo de análise e coloca-la em contraposição a outras escolas dentro da análise técnica é simplesmente para destacar que, sempre que falar de um sistema de análise integrada, ele deverá incluir todos esses quatro aspectos e fazê-lo com o mesmo grau de rigor metodológico, isto é, tratando-os de forma objetiva, sem nenhuma ou muito pouca margem para a interpretação pessoal de um ou outro fenômeno de mercado. Dessa forma, tira-se proveito da ampla gama de possibilidades oferecidas pela análise técnica.
Em certa medida, quase toda análise ou sistema funcional é em certa medida integrado, mas a razão de insistir nessa nomenclatura específica é que o material educativo direcionado ao público mais amplo é, quase sempre, focado exclusivamente no preço e, quando muito, traz uma ou outra coisa sobre o volume de negociação. Assim, falar em análise técnica integrada é uma forma de lembrar a essas pessoas que elas precisam considerar os quatro aspectos mencionados para terem algum grau de sucesso em sua atuação.

Como funciona um sistema

Para construir um sistema funcional, precisamos incialmente definir duas coisas: primeiro, como funciona um mercado qualquer e qual o papel desempenhado pelos quatro fatores-chave (preço, volume, volatilidade, fundamento) nesse funcionamento. Em seguida, com base nesse entendimento, buscar construir sistemas de análise que permitam uma atuação favorável aos nossos interesses. Isto, por sua vez, não envolve a ideia de ter uma “vantagem” sobre demais participantes, mas simplesmente organizar um processo no qual extraímos lucro, assumindo determinados riscos, através da comercialização de instrumentos financeiros a curto, médio ou longo prazo.

Esqueça, então, a ideia de “ganhar” do mercado, isso efetivamente não existe do ponto de vista do mercado em si, que nada mais é do que um local onde se negocia certos ativos de forma, a rigor, anônima. Como não há como saber quem vendeu ou comprou de você, muito menos a razão para tal, é bobagem achar que se está ganhando ou perdendo do mercado. Na verdade, você sempre ganha ou perde no mercado e em relação ao seu interesse.

Tendo isso em mente, a primeira coisa que precisamos entender sobre o mercado é que ele nada mais é do que o local onde se estabelece uma relação dinâmica e histórica entre oferta e demanda, do qual resulta o funcionamento do preço. Ele sobe conforme a demanda, ou disposição em pagar mais caro pelo ativo naquele momento, até o ponto em que a oferta, ou disposição de vender mais barato naquele momento, aumenta.
O que nossos sistemas, em essência, visam fazer é, com base nessa premissa, tentar antecipar, com base na relação passada entre essas duas forças, o futuro dessa relação a curto, médio ou longo prazo. Para ficarmos em um exemplo simples, antecipando digamos que quando não houver mais oferta no preço atual, a demanda continuará a mesma e não haverá oferta nos níveis de preço inferiores, fazendo com que o preço suba.
Em geral, a essa altura, chegamos no ponto em que alguém que pensa que sabe muito sobre o mercado, ou quer soar como tal, afirma que as coisas são muito simples porque o preço só pode subir ou descer, e não há porque complicar as coisas. É a famosa meia-verdade, para não dizer que é uma grande bobagem. Sim, o preço só sobe ou desce, mas ele sempre faz isso em relação a um ponto de referência, do qual extraímos alguns outros, como alvos, parciais, preço-médio, stop, etc.

De forma um pouco mais direta, o que o sistema fará então é nos fornecer esses pontos de referência, a partir do qual podemos estimar o risco, analisar o comportamento do preço quando interage com esse ponto, assim como o volume de negociação que se dá naquele ponto e como fatores fundamentais, como a divulgação de um indicador macroeconômico ou relatório financeiro, pode impactar o comportamento da oferta-demanda num período especificado.

A forma como determinamos esses pontos de referência é que constitui o cerne de um sistema de análise, ponto que nos leva então ao âmbito das ferramentas e processos de análise, que devem não apenas contemplar os quatro aspectos do mercado (preço, volume, volatilidade e fundamentos) quanto fazê-lo de modo objetivo, o que não necessariamente passa pelo uso de indicadores técnicos, mas de procedimentos específicos.

Uma análise calcada na ação de preço pura ou price action pode facilmente se tornar um julgamento subjetivo, mas isso pode ser facilmente corrigido com uma metodologia mais rigorosa. Para me deter numa ilustração simples, existe uma diferença entre identificar um “martelo” como sendo um candle que fecha próximo da abertura, após uma queda, e identifica-lo como um candle que surge após pelo menos três candles de baixa, com o corpo correspondendo a no máximo 1/3 do tamanho total, que veio seguido de um outro candle de alta.

Inicialmente, eu iria discutir mais a fundo essa questão no presente texto, mas por motivos de saúde, não tive tempo suficiente para dar cabo dessa parte ainda nessa semana – ao menos não sem sacrificar outras tarefas de maior urgência. Peço, então, desculpas aos/as leitores/as, pois somente no próximo texto conseguirei trazer exemplos mais concretos das ferramentas (técnicas e conceituais) que perpassam a construção de um sistema de análise, começando por aquelas relativas ao preço.

Em caso de dúvidas e/ou sugestões, podem entrar em contato comigo pelo e-mail: afsalmeron@gmail.com.
Grande abraço e até a próxima!

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