Diante dos conflitos entre Israel e o Hamas, assim como entre Rússia e Ucrânia, surge a questão crucial: estamos examinando esses eventos com uma lupa, concentrando-nos apenas nos acontecimentos imediatos, ou com uma visão ampla, compreendendo as implicações energéticas globais em jogo?
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Embora esses conflitos sejam obviamente motivos de preocupação internacional, é igualmente importante considerar os impactos inesperados e significativos que podem ter na trajetória em direção a uma geração de energia mais baseada em fontes renováveis.
É evidente que a velocidade e a direção da transição energética global estão intrinsecamente ligadas à duração e à resolução desses conflitos. Contudo, a Europa, por exemplo, está bastante empenhada em reduzir sua dependência de petróleo e gás, buscando maior autonomia em sua matriz energética.
Para aqueles com visão de longo prazo, esses conflitos podem ocasionar desdobramentos diversos. Se de um lado podem acelerar a transição energética, estimulando a busca por independência e autonomia energética, por outro, em um cenário catastrófico com o envolvimento de mais nações nos conflitos, o mundo poderia retroceder e depender ainda mais das fontes fósseis, comprometendo a meta de neutralidade de emissões até 2050.
No âmbito do Brasil, é importante notar que os conflitos no Oriente Médio afetam principalmente o preço do petróleo e têm consequências como no aumento dos custos de produção, diesel e frete, podendo elevar os preços de algumas commodities.
Mas, a alta dos preços do petróleo pode tornar a energia solar e eólica ainda mais competitivas economicamente. Nesse contexto, o hidrogênio verde assume um papel ainda mais relevante e em um ritmo surpreendente.
Em um discurso recente em que falava sobre as vítimas dos ataques do Hamas em Israel, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aproveitou a oportunidade para anunciar um investimento significativo de US$ 7 bilhões em subsídios para a construção de centros de produção de hidrogênio em todo o país, um passo importante na promoção de fontes de energia mais limpas. Esses subsídios representam um investimento total de US$ 50 bilhões, que, de acordo com o presidente, gerará dezenas de milhares de empregos em 16 estados.
A janela de oportunidade para a adoção de hidrogênio de baixo carbono está se estreitando rapidamente, tornando essencial discutir abertamente a regulamentação necessária para desenvolver toda a infraestrutura associada a essa fonte de energia. A produção, armazenamento, transporte e distribuição de hidrogênio verde são desafios complexos que exigem soluções eficazes.
A análise dos conflitos globais não deve se limitar ao noticiário diário. Devemos considerar as implicações energéticas a longo prazo, pois esses eventos têm o potencial de moldar o futuro da energia global. Ao adotarmos uma perspectiva mais ampla, podemos identificar oportunidades para acelerar a transição para fontes de energia mais limpas e garantir um futuro energético mais sustentável.