Saudações.
RÁPIDO! COMPRE MERP5 AGORA!
Pergunto: você foi no home broker colocar a ordem de compra e descobriu que MERP5 não existe?
Pois é.
Imagine que, nesse instante, alguém batesse à sua porta e dissesse: rápido, me dê seu dinheiro, pois acabei de encontrar uma oportunidade imperdível de ganhar uma fortuna. Você faz o quê? Entrega para o sujeito um saco com um cifrão ou, no mínimo, quer saber do que se trata?
Acho que nunca terei frisado o bastante o quanto acho importante que você se esforce em compreender o que está fazendo; ter clareza sobre quais são os objetivos, motivadores e riscos envolvidos em cada ideia de investimento. Já afirmei isto neste espaço, mas não custo enfatizar: por alguma razão que me foge à compreensão, o investidor médio dissocia o capital que investe do esforço que empreendeu para acumulá-lo, e passa a tratá-lo com uma displicência simplesmente inaceitável.
Tempos atrás publiquei uma recomendação e, pouco depois, veio alguém no Twitter me confidenciar: sem tempo de ler o relatório, o sujeito foi lá e seguiu a recomendação às cegas.
Fiquei absolutamente escandalizado. Ainda estou.
Nunca perca de vista o seguinte: o seu dinheiro é seu. Os bons e maus frutos das decisões que você tomar com ele caberão única e exclusivamente a você.
Semana passada brincava com os colegas da Inversa: o que o assinante realmente quer saber? Muito simples: o que comprar, quando comprar, a que preço, quanto dinheiro colocar, quanto vai subir - com três casas decimais de precisão, no mínimo - e em quanto tempo, tudo sem margem de erro e, preferencialmente, expresso em menos de 140 caracteres. Se possível, já com um botão que, se pressionado, execute a recomendação automaticamente.
Moleza. Só faltou combinar com o mundo real - essa coisa chata que insiste em não ser do jeito que a nossa cabeça gostaria.
Meu primeiro impulso é jogar a culpa no pessoal da análise técnica: quando defendem que toda a informação está refletida nos preços - tese que, francamente, eu rejeito frontalmente -, os grafistas parecem oferecer um salvo conduto para que o sujeito não se preocupe com absolutamente mais nada.
Mas tenho que reconhecer que até assim estaria sendo injusto: há, pela parte de muitos dos defensores dos gráficos, um esforço genuíno em transmitir aos clientes a ideia de que aquilo não é uma ciência exata, mas sim um método que pretende, por repetição sistemática, obter resultados positivos.
Então não, a culpa não é dos grafistas. A culpa, talvez, recaia sobre a eterna tentação de delegarmos a terceiros a responsabilidade sobre decisões que são nossas: "se der certo, eu fiz; se der errado, você me disse para fazer." Em outras palavras, um misto de infantilização e preguiça.
Ao agir assim, fazemos vista grossa para um fato que nos é inerentemente desconfortável: a realidade é muito mais complicada do que gostaríamos.
Minha primeira empreitada no ensino superior foi na Psicologia. Foram alguns semestres imerso em teorias sobre o comportamento humano até concluir que aquele campo de estudo comportava teorias demasiado díspares. Queria algo menos incerto... e assim fui parar na Economia.
(Pausa para rir)
Tendo constatado que a ciência econômica também é uma conversa de loucos, busquei extramuros um lugar onde as coisas fossem o que efetivamente são, e não reflexos imperfeitos de opiniões que mudam conforme a direção do vento. Foi com essa expectativa que caí no mercado financeiro.
(Pausa para chorar)
Então, enfim, aceitei: talvez as coisas simplesmente não funcionem da maneira cartesiana que, no meu íntimo, eu tanto gostaria em lugar algum. E, se as coisas são como são, nossas opções são aceitá-las e com elas aprender a conviver ou viver em permanente autoengano. Eu escolhi aceitar.
Nunca perca de vista: nenhum analista tem poderes mediúnicos. Ninguém é oráculo. Os métodos disponíveis, sejam eles aparentemente simples ou fascinantemente complexos - e, aceite, complexidade não significa eficácia -, não abarcam e nunca abarcarão todas as variáveis que contribuem para o resultado de uma recomendação de investimento.
Como consequência disso, você jamais - jamais - deve se sentir desobrigado de buscar um mínimo entendimento do que está fazendo.
Seja responsável. Insisto: seja responsável. Se isso implicar em "perder" oportunidades, então perca. Mas não aja por impulso: se você está canalizando seus instintos mais primitivos para seus investimentos, está errado.
Pense nisso.
Cuide-se. Cuide-se sempre: tem uma guerra lá fora.
Eu posso até ajudá-lo, mas quem está com o fuzil na mão é você.
Fique atento ao seu e-mail nos próximos dias para conhecer o projeto sobre o qual o Pedro Cerize vem se debruçando ao longo dos últimos meses. Ele tem se dedicado a entender qual a sua grande questão e o que impede você - e os demais investidores - de obter ganhos no mercado financeiro. Garanto que será um projeto sem igual no país - estruturado e conduzido pelo próprio Pedro, uma mente também sem igual!