Como tirar vantagem da alta dos preços dos produtos do café da manhã?

Os preços do suco de laranja registraram um forte movimento de alta desde o início de 2020, subindo mais de 110% no período de três anos.

A maior parte desse rali ocorreu no ano passado, quando condições climáticas adversas, combinadas com o aumento de custos de transporte e quebra das cadeias de fornecimento, ajudaram a levar a produção mundial de commodities e as redes varejistas ao limite da capacidade.

Com isso, a safra ruim ocorrida tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, dois maiores produtores de suco de laranja do mundo, fez com que o preço do produto disparasse 41% em bases anuais.

Com a entrada do ano-novo, no entanto, tudo aponta que os velhos problemas em torno do suco de laranja ainda não ficaram para trás. Os produtores de laranja da Flórida estão enfrentando a menor safra em quase 90 anos, devido a geadas, dois furacões e doenças de cítricos, responsáveis por prejudicar a colheita.

De fato, a Flórida deve produzir apenas 18 milhões caixas de suco de laranja, menos da metade da colheita de 2022 e uma queda de 93% em relação ao pico da produção no estado, tocado em 1998.

Como se não bastasse, o Departamento de Agricultura dos EUA declarou que as frutas deste anos estão menores, ou seja, são necessárias mais laranjas para preencher uma caixa e produzir a mesma quantidade de suco. Ao que tudo indica, a Flórida produzirá menos laranjas do que a Califórnia pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.

Cabe recordar que é no segundo semestre do ano que o suco de laranja costuma registrar um aumento de volatilidade. A menos que vejamos uma grande mudança nas condições atuais, os investidores devem esperar uma continuidade do rali na commodity no 2º semestre de 2023.

Outros componentes do café da manhã também estão em alta

Cada país tem seus próprios costumes, quando o assunto é café da manhã; no entanto, um índice chamado Bloomberg Breakfast mede os preços da cesta de café da manhã tradicional na Inglaterra: café, leite, suco de laranja, ovos, manteiga, bacon, pão, linguiça, tomate, cogumelos, chá e açúcar.

Como é possível imaginar, o índice teve uma vigorosa alta, na medida em que o custo da cesta de itens de café da manhã aumentou em cerca de 6,20 libras no ano passado.

Entre outros fatores, o índice destaca, por exemplo, que o preço dos ovos em dezembro subiu mais de 6% em relação ao mês anterior e que o leite foi o produto que mais aumentou de preço, ao lado da manteiga. Isso mostra o efeito da inflação sobre os produtos básicos.

Cada item tem suas razões para subir de preço. Apresentamos abaixo uma lista que pode ajudar você a operar as commodities, com base em suas tendências sazonais e problemas atuais:

• O caso do café se deve às condições climáticas adversas do Brasil, que é seu maior produtor mundial.
• O preço do suíno se deve ao aumento do custo do transporte (geralmente é a partir do final de fevereiro que o preço do suíno sobe).
• O açúcar tende a subir entre setembro e dezembro e cair a partir de janeiro.
• A soja tende a subir em fevereiro até atingir seu pico anual em junho, desde que o ano tenha sido seco. Em meados do ano, o preço cai desde que não haja grandes problemas climáticos.
• Milho: a época de plantio começa no final da primavera e é o período em que os preços são mais baixos. Os preços atingem o pico em julho. Após a colheita, volta a subir, mas cai em fevereiro.

Aviso: O autor atualmente não possui nenhum dos ativos mencionados neste artigo.