Hoje, quero dividir com vocês um caso real de desorganização financeira e mostrar a vocês como a educação financeira pode mudar nossas vidas. Vamos, então, direto ao caso.
Aline, uma advogada de 32 anos, estava presa em um ciclo de dívidas. Com uma renda mensal de R$ 5.000,00, despesas que batem os R$ 4.000,00 e uma dívida no cartão de crédito de R$ 2.000,00, o sonho de viajar parecia distante. Mas, contra todas as probabilidades, Aline conseguiu. Como? É isso o que vamos descobrir agora, passo a passo.
Passo 1: Confrontando a Realidade
Em primeiro lugar, Aline precisou reconhecer sua realidade financeira e decidir viver melhor. Ela tinha R$ 3.000,00 guardados e nenhuma experiência em investimentos. Assim, instruímos ela a priorizar a quitação do cartão de crédito (cheque especial) para evitar os juros exorbitantes que apenas drenariam mais os seus recursos.
Passo 2: Reduzindo Despesas
O próximo passo foi analisar as despesas mensais de R$ 4.000,00. O objetivo, aqui, foi identificar onde cortar custos sem sacrificar muito a qualidade de vida da Aline. O cenário do orçamento dela era o seguinte:
- Despesas com moradia: 34% do orçamento;
- Despesas com alimentação: 18% do orçamento;
- Despesas com transporte: 11% do orçamento;
- Outros (incluindo investimentos): 37%
Dessa forma, precisamos optar por ajustes realistas, como reduzir os gastos da casa com energia, cortar alguns jantares fora (temporariamente!) e sugerir que ela cozinhasse mais em casa para poupar gastos com os pedidos de aplicativo, liberando assim mais dinheiro para a missão de quitar dívidas e começar a economizar.
Passo 3: Estratégia de Economia
O que eu fiz de diferente? Nada demais! Eu apenas expliquei a ela que poderíamos aplicar o Princípio de Pareto para economizarmos de forma inteligente. O princípio sugere que 80% dos efeitos vêm de 20% das causas. Logo, no contexto do orçamento, isso significa que a melhor economia está em 20% de categorias que mais consomem o orçamento.
Por exemplo, “Moradia” e "Outros" (incluindo investimentos) compõem 71% do orçamento, ultrapassando a regra dos 20% do princípio. No entanto, se considerarmos que parte desse 37% de "Outros" são investimentos que não deveriam ser cortados, podemos focar na parte que está realmente afetando o consumo. Para reduzir despesas com moradia, Aline pode negociar o aluguel, reduzir o uso de energia elétrica e água, e repensar seguros e serviços que podem não ser necessários.
Com as despesas reduzidas, Aline pagou a dívida do cartão mais rapidamente e começou a investir uma parte do que sobrava para formar sua reserva de emergência e conseguir viajar. Essa reserva se tornaria o alicerce da sua segurança financeira.
Passo 4: Novo Orçamento
Após as mudanças, o orçamento de Aline ficou desta forma:
- Despesas com moradia: 29% do orçamento;
- Despesas com alimentação: 15% do orçamento;
- Despesas com transporte: 10% do orçamento;
- Outros (incluindo investimentos): 41%
Passo 5: Investindo no Sonho
Ela conseguiu quitar a dívida e formar um fundo de emergência. Assim, chegou a hora de focar no sonho: Paris, França. Aline começou a pesquisar formas de investimento com bom retorno e baixo risco, optando por iniciar pequeno em investimentos de renda fixa.
Através da organização financeira, Aline transformou sua situação econômica. O resultado? Uma viagem inesquecível. É exatamente isso o que eu defendo: nos organizarmos financeiramente para vivermos melhor, gastando naquilo que contribui significativamente para uma vida melhor.
Como está o seu orçamento hoje? Talvez seja hora de repensar a forma como você está vivendo.