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Como o mercado recebeu as decisões de política monetária no Brasil e EUA?

Publicado 22.03.2024, 14:20
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As decisões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos durante a semana concentraram a atenção do mercado, que reagiu de forma positiva aos anúncios.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (FED) manteve os juros estáveis entre 5,25% e 5,5% a.a., em linha com o esperado pelo mercado.

No entanto, o que chamou mais a atenção e deu o tom das negociações foram as falas de Jerome Powell, presidente da entidade, que indicou uma possível redução dos Fed Funds a partir da reunião de junho.

Após o anúncio, as bolsas de Nova York registraram alta no fechamento, revelando uma reação positiva.

O Dow Jones, por exemplo, subiu cerca de 1%, chegando a 39.512 pontos, enquanto o S&P avançou 0,89%, aos 5.224 pontos. A Nasdaq, de tecnologia, registrou ganhos de 1,25%, aos 16.369 pontos.

No Brasil, como vimos, o Banco Central, em decisão unânime, reduziu a Selic em 0,5 bps, levando a taxa ao patamar de 10,75% a.a.

A queda já era prevista pelos agentes de mercado, porém, o comunicado que acompanha o anúncio sinaliza uma possível mudança no ritmo dos cortes.

Isto porque ainda existem riscos para a inflação. Segundo o texto, a conjuntura atual demanda serenidade e moderação uma vez que o aumento de preços em todo o mundo e alguns setores da economia ainda requerem atenção.

Ainda assim, na próxima reunião provavelmente teremos uma nova redução de 0,5 bps segundo os agentes econômicos.

A reação do mercado foi positiva, com o Ibovespa abrindo a quinta-feira, dia 21 de março, com uma alta tímida de 0,27%, tendo Petrobras (BVMF:PETR4) e Braskem (BVMF:BRKM5) no foco das atenções.

De qualquer forma, chama a atenção o fato de alguns aliados do presidente Lula criticarem Campos Neto mesmo após a tão esperada redução da Selic.

O presidente do Banco Central tem se pautado por decisões técnicas e para que o ciclo de queda de juros seja mais acentuado, é preciso que o Governo Federal faça a lição de casa.

Em 2023, tivemos um déficit primário nominal nas contas públicas da ordem de R$230 bilhões e, para 2024, as perspectivas não são tão otimistas quanto se esperava.

Isto porque ainda estamos em março e já pipocam notícias de que este ano teremos novo prejuízo da ordem de R$9,3 bilhões. Como sabemos, este número provavelmente será revisado em algum momento. Torço para que as projeções mudem para o positivo.

Do lado do investidor, eu diria que temos um sinal de alerta de cor amarela, como nos semáforos.

Existem motivos para preocupação, mas também oportunidades.

Muitos gestores têm falado sobre ações com preços descontados na bolsa de valores do Brasil. Em momentos de incerteza bons ativos podem ser encontrados a condições mais favoráveis.

Por outro lado, posições tomadas em empresas estatais, por exemplo, podem oferecer riscos ao investidor.

Eu poderia dizer que este talvez seja um bom momento para diversificar a sua carteira com investimentos fora do país. E, de fato, realmente é um bom momento.

Contudo, quando falamos de construção de portfólio, não há hora certa para começar a “dolarizar” o patrimônio. Isto é algo que deve ser feito sempre.

Pense nisso e até o próximo artigo!

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