Nos últimos meses, muitas pessoas têm falado bastante sobre os criptoativos. Eu mesma produzi um artigo sobre o tema para este espaço. Hoje, no entanto, quero voltar ao assunto, mas para comentar a tecnologia por trás das criptos, o blockchain.
CONFIRA: Textos anteriores de Rebeca Nevares
Esta evolução surgiu em meados de 2008 junto com o Bitcoin para trazer mais segurança nas transações com moedas digitais. Foi criado uma espécie de livro de registros que funciona de forma similar a uma rede de blocos virtuais que guardam informações sobre as transações, daí o nome blockchain.
Ao efetuar uma operação, assim que os dados são gravados, os registros anteriores ficam salvos de forma imutável e totalmente protegida. Em resumo, ela garante que fraudes como duplicação de ativos não aconteçam.
Além disso, permitem que transferências de moedas digitais aconteçam via internet sem a necessidade de um intermediário.
Por outro lado, apesar de a sua criação remeter aos criptoativos, já existem outras áreas da economia se valendo do blockchain para otimizar as suas atividades.
No mercado financeiro, por exemplo, ela pode contribuir para tornar os procedimentos mais eficientes, mais seguros e mais baratos uma vez que elimina parte das taxas cobradas por terceiros.
Por outro lado, uma grande produtora mundial de diamantes anunciou recentemente que tem realizado testes com a tecnologia para rastrear pedras do momento da extração até a entrega ao joalheiro.
O mesmo conceito pode ser usado para rastrear a propriedade de ativos como imóveis e obras de arte.
Nos EUA, no estado da Virgínia Ocidental, uma das últimas eleições também se valeram da inovação. A tecnologia utilizada para registrar os votos dos cidadãos foi desenvolvida por meio de uma plataforma baseada em blockchain.
Além desses, os especialistas no assunto têm dito que outras áreas ainda devem se valer desta solução, como: logística, indústria, saúde e energia. A AP Maersk Group (CSE:MAERSKb), por exemplo, se associou à IBM (NYSE:IBM) (SA:IBMB34) para o desenvolvimento de um sistema eletrônico de embarque em seu sistema logístico baseado na solução.
Assim como a empresa dinamarquesa, outras companhias têm utilizado plataformas similares para processos de importação e exportação. A Receita Federal do Brasil, à título de curiosidade, já conta inclusive com sistemas de integração aduaneira neste sentido.
Além disso, em 2021, o presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou o Decreto nº10.550 que regulamentou o uso de blockchain no comércio exterior, tornando o Brasil pioneiro no uso da tecnologia nos processos de importação e exportação.
Isto tem aumentado os níveis de segurança, gerado mais agilidade e sustentabilidade, uma vez que a digitalização dos processos dispensa a impressão de pilhas e pilhas de documentos.
Por fim, em um mundo onde informações e dados são o “novo petróleo”, contar com um sistema descentralizado que ajuda a proteger transações contra fraudes parece fazer todo sentido.
Nos últimos dias, saiu a notícia de que o Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34), uma das principais instituições financeiras do mundo, tenha oferecido o seu primeiro empréstimo com garantia em Bitcoin.
Aos poucos, tanto os criptoativos quanto o blockchain, têm ganhado o seu espaço. Do lado do investidor, entendo que existem pessoas com certa resistência para investir nesta classe.
Contudo, desde que dentro de uma alocação de carteira equilibrada, faz todo o sentido investir no “Novo Mundo Digital”. Bons negócios!