Não teve surpresa: o ajuste da taxa Selic de +7,75 por cento para +9,25 por cento foi exatamente em linha com o que o mercado apostava.
E como nem tudo acontece como gostaríamos, as eleições em 2022 e os abalos no teto de gastos fizeram o mercado elevar consideravelmente as projeções para a taxa básica de juros nos últimos meses, com o mercado precificando uma Selic em torno de 12,3 por cento na primeira metade de 2022, o que, por sua vez, impactou as expectativas para o desempenho da nossa atividade econômica.
Esse cenário de inflação e juros altos já está embutido nos preços do mercado futuro de juros. Portanto, a mudança da Selic na última semana, para 9,25 por cento, não traz oportunidades diferentes do que já havia no mercado.
Como se proteger da volatilidade à frente
De fato, não é possível prever qual será o desenrolar das eleições no próximo ano. O que sabemos é que o cenário não é animador. Nesse sentido, recomenda que evite colocar 100 por cento dos seus recursos em ativos de risco ou na parte longa da curva de juro nominal (prefixados) ou na de juro real (indexados à inflação).
Se você tem um perfil de risco moderado, é mais interessante investir 60 por cento em renda fixa e 40 por cento em renda variável. Por outro lado, se você tem um perfil conservador, é mais prudente alocar 90 por cento em renda fixa e 10 por cento em renda variável.
Em meio à turbulência nos mercados, há boas oportunidades para investidores com perfil de risco moderado ou agressivo, mas é preciso cautela com relação ao cenário mais conturbado adiante.
Oportunidades na turbulência
Na dúvida, quando se trata de renda fixa, considero o Tesouro Selic um bom investimento para ter segurança e liquidez no momento, além de ser um investimento que se beneficia desse ciclo de alta da Selic.