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Como Investir nas Ações da Dona da Fórmula 1

Publicado 21.03.2022, 17:03
Velocidade, adrenalina e muita emoção: numa corrida de Fórmula 1 esses são alguns dos elementos que nunca entram em falta. Os carros parecem voar pelas pistas dos circuitos dos Grand Prix, mas se você quer saber se as ações do Formula One Group devem entrar na pole position dos seus investimentos, o artigo de hoje é para você.

Nome: Formula One Group

Ticker: FWONA

Fundada em: 1974, por Bernie Ecclestone

Preço: US$54,58

Valor de mercado: US$13,76 bilhões

Veículos velozes, alto risco de acidentes e grande destreza exigida dos pilotos: desde a antiguidade clássica as corridas são uma das principais formas de entretenimento popular. Porém se os gregos e romanos competiam em brigas puxadas por cavalos, hoje tanto os carros quanto a tecnologia evoluíram, com veículos atingindo mais de 350 km/h e contando com mais de 1.000 cavalos de potência.

A velocidade dos carros de Fórmula 1 hoje atrai uma legião de mais de 500 milhões de fãs no mundo todo. Com 23 corridas acontecendo nos cinco continentes, o campeonato é transmitido em mais de 170 países, com uma média de 90 milhões de público por evento. Como é de se imaginar, há muito dinheiro envolvido nos campeonatos. E quem ganha com isso é o Formula One Group.

O Formula One Group é a empresa responsável pela organização e promoção de todos os circuitos da categoria no mundo todo. Como recompensa, a companhia é remunerada por todos os direitos de imagem e de transmissão do campeonato. Isso, é claro, não ocorre sem contrapartidas. Para fomentar o crescimento do esporte e do modelo de negócios no mundo todo, a empresa também realiza investimentos parciais na construção de novas pistas e equipes.

Unidos venceremos

Apesar de todo o trabalho desenvolvido pelas montadoras e pela equipe do pit stop, a Fórmula 1 é vista por muitos como um esporte individualista, focado na figura do piloto, muitas vezes sem camaradagem entre pilotos de uma mesma equipe. Entre diferentes times, a rivalidade é ainda maior. Porém com a fundação do Formula One Group, montadoras rivais passariam a cooperar umas com as outras: até a década de 70, elas negociavam individualmente a divisão da receita da corrida com cada um dos circuitos do campeonato. Bernie Ecclestone acreditava que unidas, as montadoras teriam maior poder de barganha para negociar.

É verdade que a Fórmula 1 existe desde 1950, mas se hoje o campeonato é gigantesco, muito se deve a esse feito de Ecclestone. Com isso, as montadoras passaram a receber a receita dos anúncios que ficam em volta das pistas e conseguiriam mais recursos para financiar ainda mais desenvolvimento para seus veículos, além da expansão do esporte. Hoje os gastos com a elaboração e manutenção dos veículos de uma única montadora chegam a mais de US$300 milhões por ano.

Após estruturar a companhia de forma que os recursos provenientes das corridas fossem distribuídos mais igualitariamente, Ecclestone chefiou a empresa até 2005, quando realizou a venda da empresa para a CVC (SA:CVCB3) Capital Partners, após uma série de escândalos em que foi acusado de corrupção e práticas restritivas à concorrência. A companhia trocaria de mãos mais uma vez em 2016, quando foi adquirida pela Liberty Media, que detém o controle do Formula One Group até hoje.

Olho no velocímetro

À exceção do ano de 2020, em que cerca de metade de todas as corridas do campeonato foram canceladas, a receita da empresa vem crescendo em média 6,52% ao ano. Para o ano de 2022 é esperado que ela atinja uma receita bruta de US$2,44 bi. Considerando que o Formula One Group tem uma margem de lucro bruta de 30,8%, seria de se esperar que a companhia fosse extremamente rentável.

Contudo, desde 2017, quando a companhia registrou um lucro líquido de US$255 milhões, o Formula One Group em si não registra nenhum. O motivo para isso é principalmente o seu alto endividamento de longo prazo, com um custo de capital mais elevado que acaba pesando sobre o balanço da empresa. É verdade, porém, que o quadro do endividamento vem melhorando e que o prejuízo líquido da empresa já é menor do que o registrado em 2019.

Para o ano fiscal de 2021, a empresa tem um EBITDA projetado de número recorde, somando US$437 milhões, depois de um ano negativo em 2020. Além disso, a companhia deve apresentar lucro operacional pela primeira vez nos últimos cinco anos no fechamento deste ano fiscal, esperando atingir a marca de US$40 milhões.

Talvez a maior dificuldade para avaliar o Formula One Group seja a ausência de pares diretos. Da mesma forma como não há outra NBA ou outra NFL, é difícil realizar a comparação com outros players do setor de entretenimento. Dessa maneira, pode ser um tanto quanto complexo para o investidor avaliar se está pagando caro demais pelas ações da empresa. Por isso, ao avaliar negócios únicos como o Formula One Group, é sempre recomendado cautela: do contrário o investidor pode sair da pole position e acabar se tornando um retardatário.

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