Momentos como os vividos nos últimos dias demonstram claramente que alguns investidores não têm um perfil adequado para ter grandes porções no mercado acionário.
Apesar disso, ficar apenas na renda fixa, com a taxa Selic pagando somente 5% ao ano, também é complicado para alguém que busca um crescimento mais interessante do seu portfólio investido.
Então fica a dúvida: como investir de forma mais conservadora e ao mesmo tempo ter algum retorno mais interessante? Isto que buscarei responder.
Primeiro ponto a ser considerado é a necessidade do investidor em ter uma carteira de investimentos mais bem definida e não possuir apenas um tipo de produto financeiro, ou seja, não ter somente produtos bancários (CDB, LCI, LCA...), ou mesmo não ter apenas ações no portfólio.
O equilíbrio de portfólio, se adequando ao perfil de investidor, que poderá trazer rendimentos interessantes e ao mesmo tempo não tirar o sono do investidor.
Por isso, se você possui apenas produtos bancários de investimentos, faça as contas e verifique que ter um portfólio 100% “seguro” não é tão interessante como era antigamente. Demonstrarei a seguir dois cenários reais de aplicação (sem considerar a inflação, por não ser o foco do artigo):
Cenário 1: início de 2017 a taxa de juros nacionais era 11% ao ano! Se alguém tivesse aplicado R$10.000,00 por 5 anos, o retorno bruto (sem considerar custos e impostos) seria de R$6.850,58, ou seja, 69% de valorização aproximada.
Cenário 2: investimento feito recentemente, considerando o mesmo cenário de cima, mas com os atuais 5%. O retorno bruto passa a ser de R$2.762,82. Isso significa apenas 28% de valorização em 5 anos.
Os cenários acima representam possibilidades reais que alguns investidores devem ter vivido nos últimos tempos e infelizmente, para aqueles que não se movimentarem, a “penalização” no rendimento do portfólio será iminente.
Voltando à proposta do artigo, como um investidor mais conservador poderia ter retornos mais interessantes sem ter que investir parte considerável do portfólio no mercado acionário ou outros instrumentos mais arriscados? Através de investimentos feitos em renda fixa, quando há viés de tensão para a economia.
Claramente não será possível ter os retornos de mais de 10% como eram vistos antigamente, principalmente porque a característica da economia atual é bem diferente da vivida naquela época (principalmente por conta da inflação).
Apesar disso, taxas oferecidas em títulos de renda fixa (tesouro direto e bancários) às vezes apresentam saltos interessantes. Observe as situações reais que verificamos:
O que ocorreu com alguns ativos de 09/08 a 28/08:
Já se confrontarmos dentro dos relatórios da Upside de final de julho e início final de agosto (relatórios sempre enviados no final do mês):
Além desses exemplos, em que foi possível verificar que compras em momentos oportunos trazem rendimentos mais interessantes, também se verifica maior intervalo de aplicação considerada válida/vantajosa (nem sempre um título com vencimento longo é melhor que um de vencimento curto).
Dito isso, evidencia-se que todo investidor, além de possuir um portfólio com pelo menos uma parte de risco na carteira, algo como 10%, do clássico conservador até o mais arriscado, poderia estar atento para comprar mais ativos em momentos de tensão, tanto na bolsa quanto na renda fixa, pois cada um oferece uma possibilidade de rendimentos futuros melhores.
Uma maneira mais simplificada de conseguir aproveitar tais oportunidades seriam através de recomendações de analistas que trabalham focados em identificar tais cenários.