Dentre as diversas atuais opções de investimentos, muito se fala em Fundos de Crédito Privado. E você sabe como eles funcionam?
Estes são Fundos de Investimento que investem prioritariamente em títulos e ativos de emissão privada, como por exemplo Debêntures, Letras Financeiras, Recebíveis, etc. São produtos que já têm seu valor e reconhecimento global e que estão ganhando cada vez mais fama e espaço no mercado brasileiro.
Que tal um exemplo claro, para entender melhor?
Imagine o seguinte cenário teórico: A empresa ABC, a dona das maiores redes de varejo do país, está precisando de dinheiro e se capitalizar para concluir alguns projetos internos. Procura o banco MNO para estruturar a emissão de suas debêntures (títulos de dívida de longo prazo). Após o lançamento dessas debêntures, por sua vez, o “Fundo de Investimento XYZ Crédito Privado Longo Prazo”, gerenciado pela XYZ Asset Management, se interessa na rentabilidade e na qualidade do papel da empresa ABC, e logo resolve adquirir uma parte do patrimônio do fundo nas debêntures dessa empresa.
A gestão do Fundo XYZ acredita que essa emissão da empresa ABC foi uma ótima oportunidade para os investidores, e todos os analistas defendem a imagem e os resultados da varejista, dos últimos anos.
Perceba, nesse caso, que ao aportar dinheiro no fundo, um investidor está pulverizando seu montante em diferentes níveis de risco de crédito e pagamento, provindos de variados emissores, selecionados pelo gestor do fundo.
Existem diversos tipos de Fundos de Crédito Privado (no Brasil e no mundo). E por esse motivo, é de extrema importância, para o investidor, compreender o objetivo do Fundo e quais os principais títulos que os gestores adquirem, para proporcionar retorno à ponta final.
O Fundo pode comprar títulos mais longos, de menor prazo, de maior risco, de maior qualidade em honrar as dívidas, ou até mesmo os “créditos mais podres”. Nesses últimos casos, uma vez que há algum default, ou seja, o não pagamento da dívida, de uma empresa, o fundo pode apresentar uma rentabilidade negativa expressiva, dependendo da exposição e quantidade de recursos alocados nesse papel.
Talvez essa história seja um pouco similar a você. Se tentar resgatar da memória, foi, basicamente, o que aconteceu na crise econômica de 2008, conhecida como a crise do Subprime. Naquela época houve uma grande oferta de empréstimos e linhas de crédito voltados a aquisição de imóveis e com tamanha inadimplência, posterior as contratações, as maiores instituições e fundos acabaram quebrando e causando um efeito dominó no mundo inteiro.
Mas tenha calma. Isso não é nada que você precise se desesperar ou deixar de investir nesse tipo de estratégia, pelo contrário. É importante conhecer os riscos envolvidos nas operações do fundo, porém os Fundos de Crédito Privado usualmente possuem uma gestão criteriosa e cuidadosa em relação a qualidade dos investimentos que realizam. São analisados balanços, fluxo de caixa das empresas, rating dos papéis, projeção do segmento, entre muitos outros fatores, para garantir que o objetivo do fundo seja de fato cumprido.
Essencialmente, o olhar do investidor ao apostar no produto deve ser de médio a longo prazo, por mais que o fundo apresente uma boa liquidez. Esse tipo de horizonte, na maior parte das vezes, traz um conforto e solidez na oscilação de preços e valorização dos ativos - buscando um ganho superior à taxa básica de juros do país. No exemplo hipotético acima, o fundo XYZ está com uma rentabilidade 112% do CDI (a taxa básica de juros), nos últimos 12 meses, adquirindo papéis confiáveis e com uma volatilidade baixa. Isso significa que o fundo está proporcionando um retorno acima do risco-país, por mais que haja um risco de crédito envolvido.
O conceito de risco versus retorno é muito utilizado no mercado financeiro para mensurar e avaliar as oportunidades de investimento. Por exemplo: você está na dúvida se aporta seu dinheiro na poupança, um dos investimentos mais clássicos, ou em um fundo de investimento. Para auxiliar sua decisão é importante considerar a projeção dos ativos que o fundo compra, a projeção de taxas de juros, o quão líquido é o fundo, o seu tempo estimado de investimento e, um dos pontos mais importantes, o quanto a mais você pode receber se deixar de investir na poupança ao optar por qualquer outro produto, levando em consideração as flutuações de preço e risco.
Espero que consiga perceber, então, que não há um melhor tipo de investimento, e sim aqueles que se adequam melhor à sua realidade. Literalmente, cada caso é um caso. E para maximizar os seus ganhos, de forma complementar a outros produtos, os Fundos de Crédito estão disponíveis de forma prática ao investidor final.
E quais os custos envolvidos para investir em um Fundo CP?
Bom, essa é uma pergunta que a resposta certamente vai variar, diante de vários fatores. O essencial é em relação à nação. A estrutura e desenho de um fundo de crédito privado é global, mas a cobrança de impostos e taxas, depende prioritariamente da forma de governo e mercado local. Você pode residir em Londres e ter um fundo em Madrid com taxas diferentes das praticadas no mercado inglês, por exemplo. A partir disso, vamos então focar no Brasil.
A indústria de fundos de investimento no Brasil ganha constantemente musculatura e vem se desenvolvendo de maneira exponencial nos últimos anos, principalmente à frente de tantas mudanças na taxa Selic. Explorando o comportamento dos fundos de crédito disponibilizados para o investidor, observa-se um crescimento de demanda e uma padronização de taxas, podendo haver taxa de carregamento/entrada, taxa de performance e normalmente a taxa de administração do fundo.
Em relação aos tributos, aqui no Brasil, estes são incididos apenas sobre os rendimentos, ou seja, sobre aquilo que foi evolução do seu capital, e jamais o seu valor inicial. Os impostos cobrados em Fundo CP baseiam-se uma alíquota regressiva. Sendo mais prático, tanto o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), como o IR (Imposto de Renda) decaem à medida que você mantém o fundo no portfólio, quanto mais tempo seu investimento está contigo, menor a alíquota que você pagará.
Ainda que hajam custos ou impostos para manter um Fundo de Investimento, em um horizonte de médio e longo prazo, o ganho tende a ser recompensador para quem investe.
E você... se interessou? Então, diante tantas vantagens, você já pode começar a investir seu dinheiro, diversificar sua carteira e maximizar seus ganhos! O próximo passo é procurar por um assessor de investimentos, ou por seu gerente de relacionamento e, a partir da sua história, descobrir quais os Fundos de Crédito Privado mais adequados para seu perfil de investidor.