No último artigo, falamos sobre o que a série SUITS tem a ver com planejamento patrimonial. Um dos primeiros insights trazidos pelo conteúdo revela a importância de ter uma organização feita de forma antecipada. Tudo para evitar multas e outras taxas que acabam afetando a rentabilidade e até mesmo a perpetuação de um patrimônio construído, muitas vezes, ao longo de gerações.
Dando continuidade ao tema, no artigo de hoje falaremos sobre como funciona uma holding familiar, para quem e o que ela serve.
Em primeiro lugar, uma holding familiar nada mais é do que uma estrutura societária criada para administrar o patrimônio e os negócios de uma família, como o próprio nome entrega.
Essa ferramenta jurídica permite a centralização da propriedade de ativos (empresas, imóveis, investimentos, e outros) em uma única empresa, no caso, a holding, que é controlada pelos membros daquela família.
O principal objetivo dessa estrutura é facilitar a gestão do patrimônio, otimizar a questão tributária, proteger os bens de eventuais litígios e planejar a sucessão de forma eficiente e organizada.
Em muitos casos, quando aquele grupo familiar não se organiza e não define os processos sucessórios com o detentor dos bens ainda em vida, os problemas surgem e podem atrapalhar o futuro dos negócios.
Para pegar um exemplo de negócio familiar que tem sido bastante comentado nos últimos tempos, vamos olhar para o caso da Cimed.
A empresa, uma das maiores farmacêuticas do Brasil, é uma empresa familiar. Criada pelos pais de João Adibe Marques, hoje CEO da companhia, a companhia emprega um verdadeiro batalhão de pessoas, mais de 5 mil segundo registros, e tem um faturamento de mais de R$2 bilhões (a meta são os R$5 bi até 2025).
João é a segunda geração à frente dos negócios e, em diversas entrevistas, comenta sobre a participação dos filhos no processo sucessório. No caso da Cimed, esta questão parece estar bem endereçada.
Agora imagine o contrário. Se por outro lado a empresa fosse desorganizada e os sucessores não estivessem sendo formados? O negócio é tão grande que poderia colocar em risco milhares de empregos e um negócio, sem dúvidas, bastante promissor.
Particularmente, eu não sei dizer se a família de João Adibe utiliza uma holding familiar para gerenciar os negócios, mas, como eu disse, esta é apenas uma das formas empregadas no planejamento.
Existem ainda outras estruturas que podem ser utilizadas e a família de Adibe provavelmente possui alguma estratégia para isso.
O que quero dizer é que ter uma organização adequada é importante não apenas para preservar os recursos de um grupo, mas também para proteger negócios que geram valor inestimável ao país, ajudando no sustento de milhares de famílias.
Este tipo de estrutura, obviamente, faz mais sentido para pessoas com patrimônio mais elevado, mas, não se engane. Mesmo grupos de renda média, no longo prazo, tendem a precisar de algum tipo de ferramenta neste sentido.
Os benefícios, como eu disse, vão da otimização fiscal capaz de minimizar riscos de multas e outras taxas, até uma organização que garanta a perpetuação de tudo o que foi construído.
Se você tem dúvidas sobre o assunto, não deixe de procurar um especialista para entender o seu momento e as suas necessidades. Com dinheiro e, principalmente, com o futuro, não se brinca.
Pense nisso e até o próximo artigo!