A Poupança é a queridinha do brasileiro. Por ser uma modalidade fácil e segura, ela ainda angaria grandes quantidades de dinheiro em suas aplicações.
Na verdade, o brasileiro pode ter preguiça de estudar e gerenciar os seus investimentos. Muita gente não gosta do assunto. Até consegue juntar dinheiro mês a mês, mas deixa na Poupança mesmo.
É uma aplicação que não tem carência. Ou seja, o investidor pode aplicar e resgatar quando quiser. Este pode ser o principal motivador. Saber que o seu dinheiro não está “preso”. Que pode pegar quando quiser.
Além de ser de fácil acesso, a sua rentabilidade também é visível. O montante cresce a cada aniversário de 30 dias. Neste contexto, pode ser recomendada para deixar o seu dinheiro de caixa do cotidiano.
Vamos imaginar que você tenha um custo de vida de 15 mil por mês. Você poderia deixar na sua conta corrente uns 5 mil e, na Poupança, outros 15 mil.
Assim, o seu dinheiro do dia a dia não ficaria parado na conta corrente. Você teria acesso imediato a um valor maior para pagar as suas contas, sem precisar mexer nos seus investimentos de longo prazo.
Acredito que, deixar a sua Reserva de Emergência na Poupança seria um desperdício. Ela sempre vai perder para outras modalidades semelhantes, como o Tesouro Selic e os CDBs com liquidez diária.
Como o próprio nome já diz, a sua Reserva de Emergência não é um dinheiro que você vai usar sempre. É um capital que você precisa ter acesso imediato no caso de uma eventualidade.
Só a título de comparação, vou te explicar como é a atual Regra da Poupança:
Quando a Selic (taxa básica de juros) estiver abaixo de 8,5% ao ano, a Poupança rende 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR).
Quando a Selic estiver maior do que 8,5% ao ano, o rendimento passa a ser de 0,5% ao mês mais a TR.
Vamos às contas:
Selic em 2% ao ano
Poupança renderia 1,4% ao ano
Selic em 12% ao ano
Poupança renderia 6% ao ano
*Valores arredondados sem considerar os juros compostos.
Não importa se a Selic estiver alta ou baixa. Pela atual Regra da Poupança, você sempre vai perder dinheiro para aplicações semelhantes, como o Tesouro Selic e os CDBs com liquidez diária.
Mesmo considerando que, a Poupança é isenta de Imposto de Renda e as outras modalidades têm incidência do IR, a Caderneta sempre vai perder no final das contas.
No Tesouro Selic, você empresa dinheiro para o Governo financiar as suas Dívidas Públicas. Existe uma tabela regressiva de IOF sobre o lucro, se caso você sacar dentro dos primeiros 30 dias.
Existe, também, a tabela regressiva do Imposto de Renda cobrada sobre o lucro, de acordo com o saque referente ao prazo do investimento:
Até 180 dias (6 meses): 22,5%
De 181 até 360 dias (6 meses a 1 ano): 20%
Entre 361 até 720 dias (de 1 a 2 anos): 17,5%
Acima de 721 dias (de 2 anos): 15%
Se você pedir um resgate do seu dinheiro aplicado no Tesouro Selic dentro do horário comercial, a liquidação vai ocorrer no dia seguinte. Ou seja, é um dinheiro que serviria para sua Reserva de Emergência, já que teria acesso.
Já, para os CDBs com liquidez diária, a dinâmica é parecida. Porém, você vai emprestar dinheiro para um Banco e ser remunerado com juros sobre o capital. A tabela regressiva do IR é a mesma para o Tesouro Selic. O que muda é a agilidade do saque cair no mesmo dia.
Todo mundo conhece a Poupança, mas poucas pessoas sabem a sua Regra e fazem as contas do quanto perderiam de dinheiro no longo prazo, se aplicassem em outras modalidades semelhantes.