Todos nós sabemos que o mercado atual de ações no Brasil não está nada fácil... Mas, de toda forma, estamos vendo algumas empresas que mesmo com todas as incertezas macroeconômicas e problemas políticos e fiscais em nosso país, continuam apresentando um bom desempenho e até mesmo tendo resultados fortes recorrentes.
O que trago para vocês é que em momentos assim, uma alocação focada em qualidade tende a proteger mais o investidor de fortes quedas e também garantir benefícios interessantes.
Abaixo colocarei alguns pontos relevantes atrelados a vantagens competitivas que essas empresas devem ter.
1. Capacidade de gerar caixa
Esse é um ponto que sempre em minha visão deve ser analisado. Empresas geradoras de caixa normalmente apresentam uma solidez financeira e forte capacidade de se modernizar e investir em "tendências" no momento certo.
Inclusive nesses tempos mais conturbados não precisam se alavancar tanto pois conseguem de certa forma usar o seu caixa para manter suas operações funcionando, um CAPEX saudável e até mesmo investir em projetos em situações de enorme pessimismo de forma muito barata.
Outro ponto interessante, que com o aumento da taxa de juros, empresas com maiores volumes de caixa tendem a rentabilizar mais, ganhando maiores forças em seu resultado financeiro que antes, com Selic na casa dos 2%, não estavam representando nada...
2. Empresas que se provaram no tempo
Temos empresas mais que centenárias na nossa bolsa de valores. Como todos aqui já devem saber, já vivemos juros e inflações a níveis assustadores e diversos negócios presentes atualmente na bolsa estão na ativa (e até mesmo crescendo muito) até hoje.
Se provar no tempo é uma das amostras mais genuinas de sucesso. Não podemos esquecer disso.
3. Evitar empresas com alto endividamento
A alavancagem em momentos de juros e custo de capital de terceiros bem altos, pode levar diversos negócios a ruína. Evite em bearmarkets escolher empresas com alto grau de endividamento, que apresentam indicadores como dívida líquida / EBITDA e dívida líquida / patrimônio líquido muito preocupantes.
Ações que crescem de forma sustentável e sabem controlar seu nível de endividamento em momentos piores como esse que estamos agora são boas alternativas.
4. Empresas com boas margens
Companhias e setores que apresentam margens maiores tendem a ser mais resilientes. Um exemplo claro que estamos vendo é com o varejo, que apresenta margens mais baixas e é um dos que mais estão sofrendo com a alta do juros e queda do consumo.
Empresas com margens mais altas conseguem rentabilizar mais com o capital que tem e normalmente apresentam vantagens competitivas frente aos concorrentes.
Concluindo...
Lógico que existem diversos fatores que poderiam ser adicionados por aqui, mas de toda forma já podemos ter um bom norte com a nossa seleção de ações. Na minha visão não é muita hora de fazer apostas muito audaciosas, empresas em situações difíceis, turnaround, recuperação judicial...
Lembre-se,
Acumular bons ativos com boas assimetrias positivas, fazendo "bons negócios" é a chave para o investidor em ações ter sucesso no longo prazo.
Matheus Ferreira, CEA.
Profissional do mercado financeiro
Gerente de Relacionamento Select - Santander (SA:SANB11)
Instagram: @matheusaftt