Donald Trump nomeou o experiente gestor de fundos de hedge Scott Bessent como futuro secretário do Tesouro dos Estados Unidos. Entre as várias atribuições do cargo, a gestão da dívida pública se destaca como uma das mais cruciais. Dado o recente escrutínio do mercado de títulos sobre os altos déficits e a dívida associada, a escolha de Bessent parece oportuna. Sua postura alinhada às preocupações do mercado de títulos explica a introdução imediata da chamada "regra 3-3-3", composta por três metas principais:
- Reduzir o déficit orçamentário para 3% do PIB até 2028.
- Alcançar um crescimento econômico de 3% ao ano.
- Aumentar a produção de petróleo em 3 milhões de barris por dia.
O mercado de títulos reagiu positivamente à escolha de Bessent e à sua proposta, enxergando suas posições rígidas sobre os gastos públicos e a meta de limitar o déficit como boas notícias. Além disso, atingir um crescimento econômico de 3% contribuiria para elevar a arrecadação tributária e, consequentemente, reduzir os déficits.
O objetivo de expandir a produção de petróleo ajudaria a reduzir os preços do produto. Como os preços do petróleo estão fortemente ligados à inflação, isso poderia levar a uma queda nas taxas de juros, diminuindo os custos de financiamento. Um tuíte destacado hoje aponta que a forma mais acessível para Bessent cumprir a primeira meta da regra 3-3-3 seria reduzir os custos com juros federais por meio de taxas de juros mais baixas, algo que ele provavelmente buscará implementar nos primeiros meses de sua gestão.
Lucros corporativos, economia e atualizações de mercado
Ontem, observamos que, após manter suporte na média móvel de 20 dias por vários pregões, o mercado ganhou impulso no final da semana. Esse movimento reverteu o sinal de venda de curto prazo no MACD, permitindo uma recuperação contínua. A nomeação de Bessent animou os mercados de ações e títulos, que reagiram bem às suas promessas de reformas regulatórias, redução do déficit e cortes de impostos, todos favoráveis ao crescimento econômico no longo prazo.
A eleição de Trump e sua equipe favorável à desregulamentação beneficiaram ações de empresas de pequeno e médio porte. Recentemente, adicionamos posições a nossos modelos de ações e ETFs, que atualmente mostram valorização. Contudo, essas ações estão acima das médias móveis de longo prazo e sobrecompradas em termos de força relativa. Apesar de esperarmos que o interesse por essas empresas continue, acreditamos que os mercados podem registrar realizações de lucros nas próximas semanas. Pretendemos reforçar essas posições em uma eventual correção, enquanto fundos mútuos ajustam carteiras e distribuem ganhos anuais.
Um gráfico semanal do ETF iShares Russell 2000 revela uma tendência de alta após superar os máximos de 2022. Apesar de ações de pequeno e médio porte terem desempenho inferior às grandes empresas, espera-se um fluxo contínuo de investimentos até o início de 2025. Há riscos devido à falta de lucratividade em cerca de 40% dessas companhias, mas a configuração de alta persiste.
China reforça o dólar
Apesar de argumentos recentes sobre o declínio do dólar, a nova emissão de dívida da China em dólares aponta para outra direção. A emissão de US$ 2 bilhões em títulos denominados em dólar na Arábia Saudita atraiu uma demanda 20 vezes maior, com US$ 40 bilhões em ofertas. Embora impressionante, o volume total representa apenas 1% da dívida externa chinesa em moeda estrangeira.
Atualmente, cerca de 80% da dívida externa da China é denominada em dólares, demonstrando sua importância no comércio global. Em vez de enfraquecer o dólar, essas emissões reforçam sua posição central no sistema financeiro mundial.
Setor financeiro em alta desde a eleição
Desde a vitória de Trump, o setor financeiro tem liderado os ganhos, superando o S&P 500 em mais de 5%. Enquanto isso, o setor de saúde apresentou desempenho inferior na mesma proporção. A análise mostra que os bancos são os principais responsáveis pelo desempenho positivo do setor financeiro. Por outro lado, grandes empresas como Visa, Mastercard e Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa) têm escores neutros em relação ao mercado.
A relação entre os desempenhos do setor financeiro e do setor de saúde está se aproximando de três desvios padrão, indicando uma provável mudança no desempenho relativo. Entre os destaques do setor de saúde, ações como Thermo Fisher e Eli Lilly estão entre as mais subvalorizadas e podem apresentar oportunidades futuras.