Diante da valorização do petróleo, a defasagem entre os preços internacionais da gasolina e do diesel e o quanto é cobrado no Brasil pela Petrobras (SA:PETR4) atingiu 24 por cento ou 0,78 centavos o litro, para a gasolina, e 27 por cento ou o equivalente a 0,99 centavos o litro, para o óleo diesel, segundo cálculo do consultor em Gerenciamento de Risco da consultoria Stonex, Pedro Shinzato. A estatal está há quase 50 dias sem mexer nos preços dos combustíveis nas refinarias.
Na quinta-feira, 3, o barril do petróleo Brent, referência global, encerrou em 113 dólares. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendeu urgência na votação de projetos que visam conter a alta dos preços dos combustíveis no mercado interno e anunciou que os dois projetos de lei (PLP 11/2020 e PL 1472/2021) que tratam de propostas nesse sentido, na Casa Legislativa, entrarão na pauta na semana que vem.
O Senado está desenterrando alguma forma de reduzir o preço dos combustíveis. A defasagem está bem elevada, mas será difícil repassar todo esse aumento aos combustíveis porque estamos em ano eleitoral, porém não é impossível. O Congresso é muito poderoso quando quer burlar as regras, tendo em vista a flexibilização no teto de gastos por meio da PEC dos Precatórios.
No Brasil, o preço do barril é cotado de acordo com o mercado internacional. A princípio, não impactaria a PetroRio (SA:PRIO3) se jogarem a bucha em cima da Petrobras. Contudo, se o Congresso decidir taxar a exportação de petróleo ou mesmo proibir a exportação da commodity, isso passaria a impactar negativamente PRIO, incluindo as petroleiras mundiais, como BP (SA:B1PP34) (NYSE:BP), Exxon Mobil (NYSE:XOM) (SA:EXXO34), Total (PA:TTEF), mas seria “briga de cachorro grande”, pois essas empresas investem bilhões no Brasil e não vão ficar nem um pouco felizes com novas taxas para exportação.
Por fim, é um negócio extremamente complexo conter a alta dos preços dos combustíveis e, obviamente, o Congresso vai tentar resolver problemas complexos com uma solução fácil e errada (padrão).
Por enquanto, nossa recomendação pública é para comprar PetroRio, que vem sendo beneficiada pelo petróleo mais caro, contudo se o preço do petróleo subir muito é ruim. A gente prefere o preço do petróleo estável e que as ações subam junto ao volume de produção.
No atual cenário, subindo de acordo com o preço do petróleo, a tendência é subir muito, depois devolver toda a alta. É melhor quando as cotações acompanham o volume de produção, e não os preços do petróleo.