Os Mercados Emergentes estão prestes a ultrapassar os Países Desenvolvidos na procura por quase tudo. Consumidores estão a despertar no resto do mundo e brevemente os líderes políticos vão deixar de se concentrar apenas nos EUA ou no Oeste. Esta é uma das principais razões porque estamos a viver um enorme bull market secular multi-década nas commodities que começou no ano 2000. Não importa os sell-offs de commodities nas crises, como o crash do petróleo em 2008 ou o crash do algodão em 2011, todas estas commodities recuperaram rapidamente e na maioria das vezes fizeram novos máximos recorde. Isto é devido à procura subjacente que é muito forte, enquanto a escassez de oferta está na fronteira histórica de risco.

Os salários nos Mercados Emergentes estão a subir lentamente mas com certeza, ao contrário do Oeste, estes homens e mulheres não têm dívidas. A maioria dos cidadãos dos países não tem cartões de crédito ou mesmo contas bancárias, nem hipotecas ou empréstimos automóveis. Tudo o que eles querem é viver como nós no Oeste e estão dispostos a trabalhar o dobro e a poupar muito mais do que nós para o fazer. É apenas uma questão de tempo até os Chineses começarem a consumir tanto petróleo ou café como os EUA, ou tanto cacau ou gás natural como os Europeus, ou tanto açúcar ou trigo como o Médio Oriente. Os Chineses já são líderes no consumo para a maioria das outras commodities e até o mundo começar a produzir mais matérias primas do que os 7 mil milhões de pessoas usam, o bull market das commodities está para ficar.

Os deflacionistas podem argumentar o que quiserem, mas o preço de tudo no mundo está a aumentar – excepto activos inflacionados por Bernanke como as acções TMT (Tecnológico, Media, Comunicação) em 2000 ou o sector imobiliário em 2006. Tenho a certeza que a maioria dos 7 mil milhões de pessoas no mundo não têm exposição aos EUA ou ao imobiliário ou a acções TMT no ano 2000, enquanto o índice de preços no consumidor, ou o custo de vida tem subido dramaticamente nos últimos 10 anos. Para a maioria das pessoas deste planeta, o mundo não está definitivamente em deflação e tudo o que precisamos é de olhar para o gráfico abaixo.

Da maneira como estamos neste momento, o mundo está novamente com problemas de dívida, semelhante ao episódio passado em 2008. Tanto as commodities como as acções estão em queda ou num bear market cíclico. Quando se trata de commodities, é liquidação forçada e medo pela maioria dos investidores, e nada tem a ver com fundamentos. Portanto, uma vez que a recuperação venha e virá com certeza, os preços das commodities continuarão a fazer novos máximos enquanto o rally do mercado de acções será mais uma vez falso.
Por outras palavras, para os investidores de longo prazo, mesmo quando o mercado subiu 100% a partir dos mínimos de Março de 2009, ainda não obtivemos nenhum retorno desde o ano 2000. Na verdade, nos mercados de acções estaríamos com -15% enquanto nas commodities estaríamos com +173%. Ajustando o retorno de -15% para a inflação e passa para -30%. Ajustando pelo CRB Índex passa para -60%. Ajustando pelo Ouro passa para -80%. Acho que já perceberam… à medida que o bear market se aproxima do fim algures em 2012 e nos aproximamos do mínimo, fiquem com as commodities porque vão disparar novamente!