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Commodities: Pacto Global Desacelera Inevitável Crash no Petróleo; Ouro Brilha

Publicado 13.04.2020, 09:17
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Compre no fato, venda no boato. Provavelmente essa é a melhor estratégia para o petróleo, já que uma fé desmesurada em um pacto de produção entre grandes produtores acabou gerando um repique, depois que cortes minguados de produção e especulações de tanques de armazenagem em capacidade máxima desencadearam novas vendas.

WTI Weekly TTM

O West Texas Intermediate, referência do petróleo nos EUA, valorizava-se 5% no início da tarde na Ásia, enquanto o britânico Brent, referência mundial do petróleo, subia 4%. Essa era a reviravolta tão esperada pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, e pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao lado do presidente dos EUA, Donald Trump, seu novo e inesperado aliado. Sem um acordo, o resultado poderia ter sido desastroso, fazendo os preços perderem sem cerimônia o patamar de US$ 20.

Cortes propostos pela Opep++ não conseguem reverter o profundo contango no Brent

Mesmo assim, apesar desse ar de autossatisfação – principalmente por parte de Trump, que tuitou que foi um "grande acordo para todos" após o final da maratona de quatro dias de videoconferências que ele acompanhou – o caminho de menor resistência para o petróleo é para baixo, já que os cortes prometidos permaneceram abaixo de um terço da perda estimada de demanda provocada pela Covid-19.

O pior é que os tanques de armazenagem de petróleo ao redor do mundo podem atingir sua capacidade plena nas próximas semanas, uma vez que mais produção, ainda que menor, atingirá o mercado onde o consumo permanece anêmico no melhor dos casos, enquanto os estoques seguem aumentando.

“Um acordo mundial de corte de produção exigia uma colaboração extraordinária, que infelizmente ficará muito abaixo do necessário para estabilizar os mercados petrolíferos", afirmou Ed Moya, analista sênior de mercado da plataforma de negociação online OANDA.

“O número de vácuos nesse acordo de corte de produção fará com que seja difícil confiar que em um fundo firme."

Nos termos do acordo, divulgado às pressas no domingo à tarde em Nova York – horas antes da abertura dos mercados em Tóquio –, a aliança Opep+, liderada pelos sauditas com a participação da Rússia, anunciou que irá cortar 9,7 milhões de barris por dia (bpd), um pouco abaixo dos 10 milhões de bpd que haviam sido propostos inicialmente.

Os Estados Unidos, Brasil e Canadá – países que nunca haviam colaborado com Opep em seus 60 anos de existência – realizarão um corte adicional de 3,7 milhões de barris no papel, à medida que sua produção entra em declínio.

Ficou fora do pacto o México, país que teria segurado o acordo por mais de 72 horas, primeiramente se esquivando de um corte de 400.000 bpd demandado pela Opep+, depois concordando em ajustar sua produção em 100.000 bpd, com os EUA auxiliando no equilíbrio com 250.000-300.000 bpd, antes de rechaçar novamente qualquer redução. Isso deixou clara a incapacidade da Arábia Saudita de ditar as regras do jogo no mercado mundial de petróleo, apesar de o ministro de energia de Riad, Abdulaziz bin Salman, soberbamente declarar à Bloomberg que a “Opep+ está viva e de pé” e que ele estava “mais do que satisfeito com o acordo”.

“Recuse-se a comer a couve que está no prato e seus pais VÃO tirar você da mesa", tuitou Dan Pickering, fundador e diretor de investimentos da Pickering Energy, referindo-se à posição enfraquecida da Arábia Saudita. “O México vence pela resistência... Catalisador pronto, realidade chegando. Em seguida virão as falências pelo preço baixo/estoque máximo. Situação feia.”  

Brent Oil Weekly TTM

“Os cortes propostos pela Opep++ não conseguirão reverter a profunda curva de contango dos preços do Brent de forma significativa ou duradoura, já que os estoques precisam continuar baixos para dar conta da atual e futura sobreoferta”, afirmou Louise Dickson, analista de mercado petrolífero da Rystad Energy, sediada em Oslo, na Noruega.

“Não é possível respaldar o Brent abaixo de US$ 30, pois é necessário um contango maior para pagar os estoques que em breve serão necessários."

Contango refere-se à situação nas commodities em que o contrato com vencimento mais próximo em um dado mercado é negociado com desconto em relação às entregas nos meses posteriores.

No caso do Brent, o petróleo spot para junho fechou na sexta-feira com um desconto que quase US$ 9 por barril em relação ao contrato com entrega marcada para daqui a um ano. Essa dinâmica de mercado permite que os operadores comprem petróleo imediatamente, coloquem-no em estoque em algum lugar e tentem novamente vendê-lo mais para frente. Embora isso possa ser lucrativo para o indivíduo, o petróleo armazenado conta como estoque mundial, deprimindo ainda mais o preço spot.

“Mesmo que, em um mundo perfeito, vejamos um cumprimento pleno do acordo Opep++ e um corte de 10 milhões de bpd, isso ainda gera um excesso de oferta de no mínimo 10 milhões de bpd para o 2T20", afirmou Dickson, que citou o abismo entre os cortes prometidos e o que realmente está sendo entregue ao mercado.

“Acreditamos ser altamente improvável a implementação plena de um corte de 10 milhões de bpd a apenas três semanas de 1 de maio, pois cortes dessa magnitude levam tempo para se concretizar. A máquina do petróleo não é tão flexível a ponto de simplesmente desligar a torneira e pressionar um botão", complementou.

O analista-chefe da Rystad, Per Magnus Nysveen, disse ainda:

“Há cerca de 700 milhões de barris de petróleo em estoque em terra ou no mar, portanto só restam 30 dias se nenhum corte imediato for realizado. Com cortes de 10 milhões de bpd, atingiremos o limite duas semanas mais tarde. Portanto, para chegarmos ao fim de maio, precisamos de pelo menos de um corte adicional de no mínimo 5 milhões de bpd, e todos os produtores devem fazer sua parte."

A consultoria nova-iorquina Energy Intelligence compartilha da mesma opinião. Ela afirmou que o mercado estava imediatamente focado no restante de abril – o mês mais de desordenado em termos de equilíbrio de petróleo até agora – e no que fazer com os barris previstos para maio.

“O mês de março registrou um impressionante excesso de 14 milhões de bpd, e em abril não será muito diferente, apesar de as falências ajudarem a compensar a perda de demanda”, disse a Energy Intelligence. “Um corte de produção só começaria a gerar equilíbrio no papel a partir de maio, enquanto o mercado físico continuaria inundado até junho”.

Moya da OANDA concordou, dizendo que a perspectiva de demanda por enquanto não era nada boa, embora os cortes acordados no fim de semana possam respaldar uma possível redução de estoque na segunda metade do ano.

“Os preços do petróleo devem continuar pressionados no curto prazo, mas isso pode mudar rapidamente se o otimismo aumentar em relação à reabertura de grande parte da economia dos EUA e da Europa em junho”, afirmou.

“Em algum momento chegará a hora de ser otimista com o petróleo, mas por enquanto os preços do WTI devem continuar mostrando sinais de estabilização na casa dos US$ 20.”

Dinheiro dos bancos centrais pode fazer o ouro chegar a US$ 1.800?

Em relação ao ouro, a trajetória até US$ 1.800 por onça perece estar em vigor, embora o percurso provavelmente seja repleto de volatilidade gerada por investidores ansiosos por realizar lucro se as ações voltarem a ser pressionadas na próxima semana por causa do tombo nos preços do petróleo.  

Gold Weekly TTM

Fundamentalmente, os mercados estão inundados de dinheiro dos bancos centrais ao redor do mundo, o que está inflando os preços do ouro em um momento de grandes incertezas.

O Federal Reserve anunciou um esforço de US$ 2,3 trilhões para estimular governos locais e empresas de pequeno e médio porte na sexta-feira, na última iniciativa de um pacote de programas cujo objetivo é manter a economia norte-americana intacta enquanto o país combate a pandemia de coronavírus.

O teste do ouro deve acontecer se virmos uma nova reviravolta no mercado de ações, já que o metal amarelo tem estado bastante correlacionado às ações ultimamente, enquanto o dólar ocupa a posição de porto seguro preferencial.

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