Desde a última elevação de juros pelo Federal Reserve, as commodities entraram em tendência de baixa. Em 21 de fevereiro, essa tendência ganhou ainda mais vigor, com a agressiva atitude de Putin durante a visita do presidente dos EUA, Joe Biden, a Kiev.
Desde a invasão da Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, os bancos centrais mundiais direcionaram suas atenções para a disparada da inflação, gerada pelos transtornos causados à cadeia global de fornecimento de diversas commodities pela imposição de sanções econômicas ocidentais a Moscou. Contudo, essa tentativa coletiva de restringir a capacidade russa de capturar a Ucrânia acabou se tornando autodestrutiva, na medida em que a Rússia parou de fornecer petróleo e gás ao Ocidente, o que provocou uma forte alta nos preços desses produtos em agosto de 2022, aumentando a pressão inflacionária com o tempo.
O atual cenário agora gira em torno do próximo passo da OTAN e do Ocidente, incluindo os EUA, na medida em que Biden prometeu novos auxílios militares para a Ucrânia no valor de US$ 500 milhões em sua visita a Kiev na segunda-feira. O mandatário americano também afirmou que mais sanções seriam anunciadas contra a elite e as empresas russas nesta semana. A situação continua instável e imprevisível, gerando incerteza quanto à economia global.
Temor de uma recessão
A recessão é geralmente o resultado de um complexo conjunto de fatores que se acumulam com o tempo, e não de um evento isolado. Enquanto os bancos centrais se concentraram em apertar a política monetária como forma de controlar a inflação, poucos esforços foram despendidos para resolver questões subjacentes que igualmente contribuem para o aumento dos preços.
A história nos mostra que a recessão mundial de 1929 foi causada por vários fatores, como a alta inflação resultante da Primeira Guerra Mundial, que deixou o mundo com vastos estoques de armas e outros suprimentos.
O conflito russo-ucraniano novamente dividiu o mundo em dois grupos opostos. Os Estados Unidos têm expressado preocupações com o fato de que a China possa estar avaliando o fornecimento de armas para a Rússia, um movimento que pode levar a uma escalada da guerra, colocando, de um lado, Moscou e Pequim, e, de outro, os EUA e a OTAN.
Como pode ser a recessão desta vez?
Eu acredito que, se prosseguirem os atuais movimentos diplomáticos de ambos os lados, o medo de uma recessão pode aumentar, impactando os preços das commodities. Como a psicologia humana tende a reagir a eventos globais, pode ocorrer a exaustão dos valores monetários, acelerando a emergência de uma recessão.
Apesar da alarmante possibilidade de uma recessão, o mundo parece estar perto do estágio final da desaceleração econômica. A atual situação geopolítica é crucial para determinar se a comunidade global pode evitar uma recessão ou aceitá-la como uma realidade devastadora deste século.
É essencial que os líderes mundiais procurem encontrar soluções que evitem uma recessão, trabalhando em prol da estabilidade econômica. O mundo precisa se unir para encontrar soluções pacíficas e diplomáticas para os atuais conflitos e problemas, a fim de prevenir uma deterioração maior da economia.
Aviso: O autor desta análise pode ou não ter posições nos ativos mencionados. Os leitores devem assumir posições por sua própria conta.