Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com.
- Platina registra nova mínima em 2021
- Paládio atinge menor nível desde julho de 2020 e perde patamar de US$2000 por onça
- Ródio recua para quase um terço do seu valor máximo em 2021
- Limpeza de toxinas do meio ambiente através dos metais do grupo da platina
- Fundo GLTR tem 20% de exposição ao paládio e platina
Os metais do grupo da platina (MGP) são raros e, por isso, preciosos. Os MGP têm várias aplicações industriais, devido à sua densidade e elevados pontos de fusão e ebulição. O ouro e a prata são os principais metais preciosos negociados no mercado futuro da divisão Comex da CME, juntamente com os contratos futuros de cobre.
Já a platina e o paládio são negociados na divisão Nymex da CME, ao lado do petróleo. A relação dos MGP com a energia se dá pelo fato de esses metais serem fundamentais para o refino de petróleo e a fabricação de catalisadores automotivos. O ródio, subproduto da produção da platina, só é negociado no mercado físico. A produção de MGP ocorre principalmente na África do Sul e Rússia. Na Rússia, é um subproduto da produção de níquel.
No início de 2021, os preços do paládio e do ródio atingiram máximas históricas. A platina fez um rompimento de alta e passou a ser negociada em sua maior cotação desde setembro de 2014. Os preços dos metais com alta resistência ao calor derreteram nos últimos meses. Nos últimos pregões, eles atingiram novas mínimas em 2021.
Platina registra nova mínima em 2021
Depois de atingir seu preço mais alto desde setembro de 2014, a US$1348,20, em fevereiro de 2021, a platina registrou novas mínimas nesta semana.
Fonte: CQG
Como ressalta o gráfico mensal, o contrato futuro mais negociado da platina na NYMEX tocou a mínima de US$892,60 em 20 de setembro, nível mais baixo desde novembro de 2020. A platina tem ficado para trás no setor de metais preciosos nos últimos anos, com desempenho pior do que o ouro, prata e paládio, outros metais preciosos negociados na COMEX e NYMEX. A platina repicou e estava de volta ao nível de US$1000 em 22 de setembro.
Paládio atinge menor nível desde julho de 2020 e perde patamar de US$2000 por onça
O paládio não parava de subir desde o início de 2016, saindo de US$451.50 em janeiro de 2016 para o pico histórico de US$3019 em maio de 2021, quando perdeu fôlego.
Fonte: CQG
O gráfico mensal ilustra o declínio do paládio futuro até a mínima de US$1827,50 em 20 de setembro no contrato futuro da NYMEX para dezembro. O rali parabólico plurianual do paládio terminou com o metal caindo feito pedra nos últimos cinco meses consecutivos e se desvalorizando 39,5% na mínima mais recente. O paládio havia voltado para o nível de US$2000 em 22 de setembro.
Ródio recua para quase um terço do seu valor máximo em 2021
O ródio é um subproduto da produção da platina na África do Sul e Rússia. O metal precioso e industrial atingiu o pico de US$30.000 por onça no início de 2021. Nos últimos meses, o ródio também vem registrando movimento de queda. O ródio era negociado a US$14.000 por onça em 22 de setembro.
Fonte: Kitco
O gráfico mostra o declínio no preço do ródio após a máxima histórica. O ródio perdeu recentemente o nível de US$10.000, desvalorizando-se dois terços.
Limpando toxinas do meio ambiente através de MGP
Os mercados de alta raramente seguem em linha reta, e isso também se aplica aos metais do grupo da platina, que sofreram com a falta de semicondutores no mercado e a evaporação da demanda.
Fabricantes de automóveis cancelaram as compras de chips durante o auge da pandemia global, já que esperavam um declínio na demanda de novos carros. Os fabricantes de automóveis calcularam mal nas duas frentes. Primeiro, a demanda de carros cresceu e, segundo, os gargalos na cadeia de suprimentos e problemas enfrentados pelos fabricantes de semicondutores globais provocaram uma grave escassez de chips.
As montadoras estão tentando comprar chips necessários para suas linhas de produção e agora precisam enfrentar filas para encarar essa escassez. General Motors (NYSE:GM) fechou a maioria das suas plantas de produção na América do Norte no início de setembro. Nas últimas semanas, prorrogaram esses fechamentos até meados de outubro. Outros fabricantes automotivos estão enfrentando os mesmos problemas por causa da falta de chips.
Os metais do grupo da platina são componentes fundamentais dos catalisadores automotivos na limpeza de toxinas emitidas no meio ambiente. Os preços subiram diante da necessidade de o mundo enfrentar o desafio climático. O paládio é o metal preferido das empresas que fabricam carros movidos à gasolina. Os fechamentos das fábricas de carros provocaram a falta de veículos novos e usados. Também fez com que os estoques de metais do grupo da platina se acumulassem com a queda na demanda, fazendo seus preços afundarem nos últimos meses.
Fundo GLTR tem 20% de exposição ao paládio e platina
Cedo ou tarde, a demanda de carros voltará com tudo. A demanda reprimida de carros novos e usados criará um frenesi de compras quando os preços caírem e a falta de chips acabar, permitindo a entrada de novos carros nas linhas de montagem. O caminho para uma economia mais verde trilhado pelos EUA e vários países do mundo deve provocar novamente a alta dos metais do grupo da platina.
A maneira mais direta de aproveitar as correções na platina e paládio para ter exposição aos metais é através do mercado físico. Outra forma é entrar no mercado futuro e investir em contratos de platina e paládio na NYMEX. Os fundos Aberdeen Standard Physical Platinum Shares ETF (NYSE:PPLT) e Aberdeen Standard Physical Palladium Shares ETF (NYSE:PALL) rastreiam bem os preços da platina e do paládio, já que investem no mercado físico.
Enquanto isso, o Aberdeen Standard Physical Precious Metals Basket Shares ETF (NYSE:GLTR) detém uma cesta diversificada de posições em ouro, prata, platina e paládio.
Fonte: Yahoo Finance
Em 22 de setembro, o GLTR detinha 79,87% dos seus ativos investidos em ouro e prata e 20,12% em paládio e platina. O GLTR tinha um patrimônio de US$968,697 milhões sob gestão e negociava em média 44.055 cotas por dia. O ETF cobra uma taxa de administração de 0,60%.
Fonte: Barchart
Após atingir a máxima de US$105,13 em agosto de 2020, quando o ouro registrou o recorde de US$2063, o metal era negociado em nova mínima de 2021 a US$86,16 em 20 de setembro, dia em que a platina e o platina tocaram as mínimas recentes. O ETF se desvalorizou mais de 18% desde a máxima de agosto de 2020. Em 22 de setembro, o GLTR fechou a US$88,15.
A platina e o paládio caíram feito pedra no fim de setembro de 2020. Tentar acertar fundos é perigoso, já que os mercados geralmente desafiam os preceitos da lógica, da razão e da análise racional. No entanto, o caminho verde para produção e consumo de energia e a tendência inflacionária geral nos mercados fazem com que seja grande a chance de estarmos vendo fundos se formando. Em 22 de setembro, apesar dos repiques em relação às mínimas, a ação dos preços não é nada boa. Quando se estabilizarem, a platina e o paládio podem oferecer preços atraentes após sua significativa desvalorização.