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Commodities nesta Semana: Fed e Opep+ Definirão Direção do Petróleo e do Ouro

Publicado 02.05.2022, 10:30
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Em uma das semanas mais agitadas para os mercados, o Federal Reserve e a Opep+ estarão no radar dos investidores de commodities, já que o banco central americano e o cartel petrolífero buscam atingir objetivos bastante distintos, com implicações nos preços do ouro e do petróleo em um momento particularmente turbulento.

Petróleo diário

Tudo indica que o Fed realizará um aumento de meio ponto percentual, ou 50 pontos-base, nas taxas de juros ao final da sua reunião de política monetária de maio, na quarta-feira, sua primeira alta dessa magnitude em mais de 20 anos, no intuito de combater os piores índices de inflação em quatro décadas.

Ouro diário

O ouro afundava ainda mais antes do início da sessão oficial em Nova York na segunda-feira, caindo mais de 1% na Ásia e adentrando o território dos US$ 1800, com o dólar disparando ao lado dos rendimentos dos títulos americanos, com destaque para a nota de 10 anos do Tesouro dos EUA.

“Um movimento sustentado abaixo de US$ 1870 pode fazer o ouro à vista atingir a média móvel exponencial de 50 semanas de US$ 1850 e a média móvel simples de 100 semanas de US$ 1837”, disse Sunil Kumar Dixit, estrategista-chefe do site skcharting.com. Ele disse ainda:

“Se o ouro perder US$ 1837, o suporte provavelmente estará em US$ 1818”.

O petróleo também despencava na Ásia neste início de semana, com o barril do Brent, referência mundial, e o do West Texas Intermediate, referência nos EUA, desvalorizando-se 1% em um pregão marcado por feriados no Oriente Médio, em vista do festival religioso muçulmano Eid.

A queda do petróleo deve-se mais a preocupações com a desaceleração do crescimento da China, maior importadora de petróleo do mundo, apesar das preocupações com a possibilidade de o movimento do Fed pesar ainda mais sobre o petróleo no fim da semana, principalmente se aumentarem os temores de uma recessão nos EUA.

No que pode se tornar o maior aumento de juros desde maio de 2000, o Fed está às voltas com a espiral salarial e a demanda por trabalhadores, dois principais culpados pelas pressões atuais de preços, na visão do próprio banco central.

Os juros mais altos são o mecanismo preferido do Fed para enfrentar a inflação, ao encarecer o crédito e os investimentos, o que desincentiva os gastos das famílias e das empresas. Se as empresas chegarem à conclusão de que não precisam de mais colaboradores, é possível que haja uma queda na alta demanda atual por mão de obra.

O presidente do Fed, Jerome Powell, argumenta que a série de sete elevações de juros deste ano não apenas pode reverter a disparada da inflação, como também ajudar a restabelecer o mercado de trabalho, com a diminuição da demanda por colaboradores.

Tanto a economia quanto a inflação se expandiram nos EUA, em seu ritmo mais acelerado em quatro décadas em 2021, enquanto os níveis de emprego atingiram máximas recordes. Os últimos dois continuaram crescendo sem parar, enquanto a economia já está desacelerando.

Economistas dizem que o plano do Fed de baixar a inflação e a espiral inflacionária, ao mesmo tempo em que realiza um “pouso suave” da economia, será extremamente difícil de alcançar, em vista da incerteza com o mundo pós-pandemia.

A invasão da Rússia na Ucrânia provocou uma reviravolta nos mercados mundiais de energia, e a expectativa é que as famílias americanas sintam seus efeitos nas bombas de combustível. Os recentes bloqueios impostos nos principais centros industriais da China por causa da Covid também renovaram as preocupações com a cadeia de fornecimento mundial, em um veemente lembrete da persistente ameaça econômica representada pela pandemia.

Desde 1961, o Fed realizou nove ciclos completos de altas de juros para combater a inflação. E ocorreram recessões subsequentes em oito dessas tentativas, de acordo com um estudo do banco de investimento Piper Sandler.

Dando novo ímpeto para essa história, no primeiro trimestre de 2022 houve uma queda de 1,4% no PIB dos EUA. Isso ocorreu depois de um salto fenomenal de 5,7% em 2021, com a economia se recuperando dos efeitos da Covid em 2020, que provocou um declínio de 3,5% no PIB americano naquele ano, na primeira recessão no país desde 2008/09.

Para que ocorra outra recessão, definida como dois trimestres seguidos de recuo no PIB, é preciso que a desaceleração nos EUA se estenda até junho.

Se o mercado de trabalho desacelerar por causa do Fed, haverá importantes implicações para o mercado petrolífero, haja vista o nexo existente entre os dois.

Os preços altos do petróleo podem prejudicar o crescimento econômico, mas não necessariamente o mercado de trabalho, como o norte-americano neste momento. Mas é praticamente certo que uma desaceleração ou ainda um aumento acentuado do emprego – tal como ocorreu há dois anos no auge da pandemia de coronavírus – jogarão para baixo os preços do petróleo.

É possível que não se sinta imediatamente qualquer impacto disso, já que a reunião do Fed ocorre na véspera da reunião da Opep+, aliança mundial de países produtores de petróleo, cuja função é garantir a estabilidade da oferta do produto no mercado internacional acima de US$ 100 por barril.

Assim como o Fed está determinado a quebrar a espinha dorsal da inflação nos EUA, a Opep+ está decidida a garantir que os preços nunca mais atinjam os níveis vistos em 2020, durante a pandemia. Essas são as dinâmicas que precisamos ter em mente, na medida em que o Fed não conseguirá reduzir a inflação sem baixar os preços do petróleo – dado que a espiral salarial e a demanda por trabalhadores são apenas uma parte do problema –, e a Opep+ tampouco ficará inerte enquanto o banco central americano e forças combinadas do governo Biden tentam derrubar o mercado petrolífero.

O petróleo americano pode retestar as regiões de suporte da semana passada de 101 e 98 dólares, onde o barril pode encontrar compradores dispostos a fazê-lo alcançar a zona de resistência e liquidez de 105 e 108 dólares, segundo o analista técnico Dixit. Ele disse ainda:

“Se essa zona de resistência atrair compradores suficientes, a expectativa é que o barril alcance até 116 dólares.”

Além disso, se houver uma reversão, a Opep+ continuará restringindo a produção de petróleo, de modo a garantir que os preços não se distanciem tanto de onde se encontram.

O verão e a temporada de viagens automotivas estão prestes a começar nos EUA, o que pode sustentar o barril acima de US$ 100, sem, contudo, testar as máximas tocadas durante a invasão da Ucrânia, de quase US$ 140.

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para dar diversidade às suas análises de mercado. A bem da neutralidade, ele por vezes apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

 

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