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Commodities: Com Fim de Setembro “Infernal”, o que Esperar do 4º Tri?

Publicado 01.10.2021, 11:01
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Com a “infernal” e temida volatilidade dos mercados globais em setembro, os investidores de commodities estão avaliando o que sobrou para o quarto trimestre e tentando determinar se alguns dos ativos que se destacaram no 3º tri continuarão entregando bons resultados.

O índice TR/CC CRB Excess Return, que abrange 19 commodities e tem bastante peso de energia, subiu 2,2% no terceiro trimestre e 5% somente em setembro, graças à alta dos preços do petróleo e gás natural.

Entre as principais preocupações dos participantes do mercado nos últimos três meses de 2021 está, evidentemente, a inflação e o que o Federal Reserve e outros bancos centrais farão para mitigar um dos períodos mais intensos da história em pressões de preços.

As commodities reagem de modos distintos à inflação. Até mesmo aquelas que deveriam funcionar como proteção – como o ouro – não se saíram bem, devido a uma variedade de razões, que podem não ter nada a ver com os fundamentos. O rendimento da nota de 10 anos do Tesouro americano, por exemplo, causou mais danos ao status de porto seguro do ouro neste ano do que qualquer outra variável.

Com os investidores contando com menos intervenções do Fed e na redução do seu programa de compras de títulos de US$120 bilhões ao mês, o quarto trimestre pode ser mais definitivo do que os três meses precedentes. A expectativa até agora é que novembro seja o mês do esclarecimento, dependendo de como se comportarão os números do mercado de trabalho nos EUA – o “santo graal” do Fed – neste mês.

À parte os ambientes fiscalmente sensíveis, as commodities agrícolas e de energia podem continuar vendo a flutuação de costume do interesse dos investidores durante o fim do ano, com as cadeias de fornecimento e o clima atuando como fatores determinantes para seu comportamento de preço.

Desconsiderando outros transtornos semelhantes ao furacão Ida sobre a produção de energia na Costa do Golfo do México, a produção de petróleo e gás pode se estabilizar, limitando as excessivas altas de preço.

Os planos da Opep+ de ofertar mais de 400.000 barris por dia nos próximos meses também podem conter os preços de maneira mais firme. Isso não quer dizer que as negociações diárias no mercado estarão isentas dos costumeiros choques de oferta, como no caso das tempestades precoces de inverno, o que pode facilmente estimular os preços do petróleo e do gás natural em diversos pontos percentuais por dia.

O clima extremamente ruim para a agricultura também pode ser um catalisador da alta contínua dos preços de alimentos, como ocorreu no café arábica no último trimestre.

Apesar de os fundamentos ostensivamente terem um papel dominante no desempenho dos diferentes mercados de matérias-primas nos últimos três meses do ano, os fatores técnicos tampouco podem ser ignorados.

O analista técnico Sunil Kumar Dixit, contribuidor regular do Investing.com, faz uma análise mais detalhada para nós de cada subconjunto de commodities e mercado selecionado:

Energia

O petróleo acumula alta de 55% no ano, com 2% disso vindo do último trimestre.

Petróleo mensal

Gráficos: cortesia de SK Dixit Charting

“O petróleo está desafiando a gravidade e recusando-se a ficar abaixo da média móvel simples de 200 dias no gráfico mensal. Se houver continuidade, isso pode dar asas ao ouro negro, abrindo espaço para altas até a região de US$79 e US$83”, explicou Dixit.

O gás natural é a commodity com melhor desempenho em 2021, ao gerar um retorno de quase 135% até agora, graças a uma combinação de climas extremos e queda produção. Cerca de 60% desse ganho ocorreu somente no terceiro trimestre.

Gás natural mensal

Segundo Dixit:

“Setembro testemunhou uma disparada no gás natural até US$6,28 antes de fechar a US$5,86. A alta parabólica deve entrar em fase de distribuição, com a média móvel simples de 200 períodos de US$4,438 em confluência com a média exponencial de 5 períodos de US$4,431 no gráfico mensal como primeira atração”.

“Além disso, o IFR extremamente sobrevendido a 100/97 dá suporte a uma possível consolidação ou até mesmo uma correção”.

Metais

O ouro à vista, que reflete as negociações em tempo real em lingotes, registra queda de mais de 8% no ano.

Ouro mensal

Segundo Dixit:

“O fechamento de setembro do ouro à vista a US$1.756 por onça estava US$78 abaixo da máxima do mês de US$1.834. O IFR a 3,40/6,05 indica um estado sobrevendido para o metal. Se os preços se sustentarem acima de US$1,745, pode ser que o ouro retome o movimento de alta em direção a US$1770-1785-1800.”

“Um rompimento abaixo de US$1.745 pode desencadear mais vendas até os níveis de US$1722-1716, estendendo-se até o suporte dinâmico horizontal de US$1690.”

O cobre futuro na Comex de Nova York acumula alta de mais de 16% no ano. Mas isso ocorreu após uma queda de quase 5% no terceiro trimestre, procedente de um déficit de 6,5% em setembro e 2,3% em agosto. A graça redentora foi a valorização de 4,3% em julho.

Cobre mensal

“O fechamento no vermelho por dois meses faz com que o cobre siga em correção baixista, estendendo até o nível de 3,77 de Fibonacci e 3,55 na Banda de Bollinger”, segundo Dixit.

Produtos agrícolas

O café arábica negociado na ICE Futures dos EUA é o produto agrícola com melhor desempenho em 2021, acumulando alta de 51% no ano e 22% no terceiro trimestre.

Arábica mensal

“O café fechou setembro em tom bastante altista, dentro da formação de engolfo de alta de julho de 2021”, explicou Dixit.

“Se os preços se firmarem acima do suporte primário de US$1,82, pode ser que o café atinja US$2,15 e US$2,25”.

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para oferecer aos leitores uma variedade de análises sobre os mercados. A bem da neutralidade, ele apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

 

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