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Commodities: Arábia Saudita Eleva Preços do Petróleo; Ouro Atento ao IPC dos EUA

Publicado 07.02.2022, 09:59
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A Arábia Saudita aproveitou o cenário de alta do petróleo para elevar os preços de todas as suas frações petrolíferas vendidas para a Ásia a partir de março, o que deve beneficiar novamente os compradores no mercado.

Petróleo diário

Quem está comprado no ouro, por sua vez, ficará de olhos atentos aos últimos dados de inflação nos EUA para janeiro, com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor na quinta-feira, que dá todos os indicativos de que ficará dentro ou acima das máximas de quase 40 anos registradas em dezembro.

Ouro diário

Os mercados petrolíferos abriram as negociações na Ásia em baixa nesta nova semana, em uma consolidação amplamente aguardada após o salto de 6% da semana anterior, responsável por intensificar a euforia de compras no petróleo que já dura sete semanas.

Mas antes dessa correção – se é que pode ser chamada assim –, a Arábia Saudita anunciou um aumento dos seus barris remetidos para a Ásia a partir das instalações de exportações da Aramco (SE:2222), garantindo que o nível de US$90 provavelmente se firme.

A corrida de alta da semana no petróleo foi desencadeada por temores de que a bacia de óleo e gás do Permiano, nos Estados Unidos, pudesse congelar novamente, como no ano passado, se as temperaturas gélidas atingissem o Texas, conforme as previsões.

A possibilidade de mais um frio intenso no Texas são altas. No ano passado, a tempestade de inverno gerou apagões e mortes de mais de 200 pessoas.

Manobra saudita mantém petróleo em alta, apesar de degelo no Texas

Mas o degelo no Texas teve início após o frio intenso até quinta-feira e, com a abertura das negociações na Ásia na sexta, estava claro que os problemas no Permiano não eram tão preocupantes.

Autoridades de serviços públicos do Texas também estão confiantes de que a rede elétrica do estado não sofrerá com os apagões registrados no ano passado, causados pelas tempestades que atingiram a região. Desde a catástrofe de 2021, novas regras entraram em vigor, exigindo que as operadoras da rede aumentassem sua capacidade de reserva e facilitassem o pagamento a usuários industriais que reduzissem seu consumo.

Mas o petróleo continuou subindo como nas semanas anteriores, por conta do risco geopolítico do conflito russo-ucraniano, ainda que nenhum barril tenha sido impactado ou foguete disparado.

Em um indicativo do equívoco na aposta climática, pelo menos no curto prazo, o gás natural afundou 18% entre quinta e sexta-feira, devolvendo todo o rali de 16% de terça, após evidências de que o temor relacionado ao Permiano fora superestimado.

O gás é usado para calefação e refrigeração e é tão importante quanto o petróleo (senão mais) durante o pico de consumo para aquecimento no inverno. Na semana passada, o risco de queda no fornecimento de gás no curto prazo era maior que o do petróleo, haja vista que a média de armazenamento de cinco anos estava quase 15% abaixo do nível registrado no ano passado, segundo dados oficiais.

O clima no Texas estava ficando mais quente na segunda-feira, após o frio da semana passada. Mas o mercado já havia desviado suas atenções do Permiano para se concentrar nas elevações de preços da Arábia Saudita.

Os traders realizavam compras “com base na crença da Arábia Saudita de que não haverá uma reversão no aumento da demanda tão cedo e que as elevações de 400K barris/dia estavam bem calibradas a cada mês (ainda que alguns membros da Opep não estivessem conseguindo atingir suas cotas de produção)”, ressaltou Eamonn Sheridan, analista de mercado, em uma publicação no portal ForexLive.

O barril de West Texas Intermediate, negociado em Nova York, atingiu a mínima de US$91,31, antes de se recuperar para quase US$92 à meia-noite.

Na sexta-feira, o WTI fechou com uma alta de US$2,04, ou 2,3%, a US$92,31 por barril, após a máxima da sessão de US$93,17. Sua alta foi de 30% nas últimas sete semanas. O rali teve início um pouco depois da semana do Natal. No ano, o WTI acumula alta de 23%.

Já o barril de Brent, negociado em Londres e que serve de referência mundial para o petróleo, subia 25 centavos, ou 0,3%, a US$93,52.

O Brent fechou sexta-feira com uma alta de US$2,16, ou 2,4%, a US$93,27, acumulando uma alta de 27% no período de sete semanas. No acumulado do ano, sua valorização é de 20%.

Ouro ainda se move a passos lentos

No caso do ouro, os negócios nesta segunda-feira não diferiam muito dos de sexta: uma lenta dança de dois passos para frente e um para trás que definiu o comportamento do metal amarelo desde o seu retorno ao patamar de US$1800, sobrevivendo ao poderoso relatório de empregos nos EUA para janeiro.

O contrato do ouro para abril na Comex de Nova York subia US$1,85, ou 0,1%, a US$1.809,65. Na sexta, ele fechou em alta de US$3,70, ou 0,2%, a US$1.807,80 por onça-troy, subindo 1,3% na semana passada.

Ainda que uma alta de mais de 1% não seja ruim para nenhum mercado, no caso do ouro, é um doloroso lembrete aos investidores de como a commodity está sendo subestimada em sua capacidade de proteção contra a inflação, no momento em que os principais indicadores de preços nos EUA estão todos apontando para máximas de 40 anos.

“O nível de 1800 é crucial para o ouro e se o metal conseguir se firmar nele, a perspectiva seria muito positiva para os compradores", ressaltou Ed Moya, analista da plataforma online OANDA, em seu artigo semanal. Ele disse ainda:

“Se o ouro perder US$1780, as condições podem piorar e pode ser que os preços passem a buscar alvos significativos de baixa em direção a US$1700.”

Após o relatório de empregos, o mercado de juros futuros nos EUA sugeria a possibilidade de cinco altas nas taxas deste ano, na medida em que as extraordinárias condições de mercado criavam uma sólida base para o Federal Reserve combater a inflação.

“O relatório de empregos nos EUA fez com que o mercado agora precificasse uma chance maior que 50% de o Fed realizar cinco altas de juros em 2022”, afirmou o economista Greg Michalowski em uma publicação na plataforma de mídia financeira ForexLive.

“As expectativas de alta em março e maio agora são de 100%. E há uma chance de 82% de alta em junho e de 56% em julho e novembro”.

A estimativa é que essas elevações sejam de 25 pontos-base cada uma. Atualmente, as taxas estão entre zero e 0,25%, e as cinco elevações podem fazê-las alcançar a faixa de 1,25%-1,50%, embora possa haver altas maiores que 25 pontos-base, dependendo do desempenho do mercado de trabalho, da economia e, por fim, da inflação.

Após a disparada do desemprego causada pela pandemia de Covid-19, em 2020, o mercado de trabalho recuperou-se fortemente nos EUA, com uma taxa de desocupação de apenas 4% em janeiro, segundo o relatório oficial divulgado na sexta-feira, contra a máxima recorde de 14,8% em abril de 2020. Uma taxa de desemprego de 4% ou menos é considerada como “pleno emprego” pelo Fed, que possui um duplo mandato de elevar os níveis de ocupação e manter a inflação sob controle, principalmente através de controles da taxa de juros.

Depois de baixar os juros para quase zero em março de 2020, o Fed injetou estímulos de mais de US$2 trilhões nos últimos 20 meses para sustentar os mercados de crédito. Além disso, o governo federal gastou trilhões de dólares a mais em medidas de alívio contra a pandemia, enquanto as empresas passaram a pagar maiores salários aos americanos.

Toda essa dinheirama, em conjunto com gargalos na cadeia de fornecimento decorrentes da crise sanitária, fez a inflação disparar. A economia cresceu 5,8% no ano passado, após uma contração de 3,5% em 2020. Mas o Índice de Preços ao Consumidor saltou 7% no ano até dezembro, seu ritmo mais rápido de crescimento desde 1982. Será interessante ver como se saiu o índice em janeiro (as previsões apontam para uma alta anual de 7,3% para o mês). A tolerância do Fed para a inflação é de meros 2% ao ano.

Após o relatório de empregos de janeiro, eram grandes as expectativas de que o ouro corrigisse de US$1800 para US$1797 e até mesmo US$1790, segundo o analista técnico Sunil Kumar Dixit.

Mas o ouro não fez isso.

“O ouro, de fato, surpreendeu repicando para cima de US$1800", disse Dixit. Ele disse ainda:

“Se ele conseguir se segurar acima de US$1785 diante de qualquer volatilidade nesta semana, é possível que a recuperação se estenda para US$1825, nível crítico para a continuidade da alta.”

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para dar diversidade às suas análises de mercado. A bem da neutralidade, ele por vezes apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

 

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