O foco do mercado nos próximos dias deve ser mesmo EUA e o tapering. Mesmo falando em inflação temporária, o presidente do Federal Resereve já admitiu que o Fomc vai avaliar na próxima reunião de agosto as condições para reduzir a compra de bônus. Falou que a inflação não está moderadamente acima de 2% e, sim, bem acima disso. Só de admitir isso o investidor já iniciou a corrida ao dólar como forma de proteção. Pesou para os emergentes.
Câmbio fica no cenário da volatilidade, afinal, as incertezas do cenário externo e a política interna complicada faz os dias serem de altas e baixas. Embora alguns IPOs no curto prazo possam ter impactos positivos no fluxo, a antecipação do debate eleitoral coloca pressão nos gastos e compromete a agenda de reformas.
A vacinação está avançando.
O recesso do Congresso pode dar um alívio nas turbulências políticas e deixando para agosto a polemica reforma do Imposto de Renda. A CPI também dará uma folga de duas semanas.
E vamos falar mais um pouco da reforma tributária, porque pelo que ela impactou no câmbio na semana passada merece nossas considerações aqui. O relator da reforma avalia dar progressividade a tributação de dividendos e isso poderá ser feito de duas maneiras, ou jogar a tributação para dentro da tabela de IRPF ou estabelecer faixas de taxação por volume. Equipe econômica resiste.
Quanto à aprovação da lei de diretrizes orçamentária, além do aumento de verbas para a eleição de 2022, o que merece atenção é o fato de que o relator geral terá o poder de aumentar o valor das verbas.
Na semana passada, fechamos com dados da economia da China, que cresceu 7,9% no trimestre de abril a junho, existem alguns sinais de fraqueza, porém, tal como o crescimento das vendas no varejo, que desacelerou para 12,1% em junho, a China ainda é uma janela de oportunidade para muitos, afinal, seu mercado de consumo é gigante.
Na zona do euro, a inflação medida pelo IPC de junho foi de 1,9% na comparação anual, no mês em +0,3% e o núcleo na comparação anual com +0,9%. Lá, o superávit da balança comercial de maio foi de 9,4 bilhões de euros, fruto de exportações em queda de 1,5% e importações crescendo 0,7%.
Nos EUA, as vendas no varejo cresceram 0,6% em junho em comparação com maio, para US$ 621,3 bilhões. O resultado surpreendeu os analistas. O índice de sentimento do consumidor caiu de 85,5 em junho a 80,8 na preliminar de julho. O resultado ficou abaixo da previsão de 86,3.
Por aqui fechamos, a semana com O Índice Geral de Preços – 10, que registrou inflação de 0,18% em julho deste ano, taxa inferior ao 2,32% de junho deste ano e ao 1,91% de julho de 2020. Apesar disso, a inflação acumulada em 12 meses está em 34,61%, bem acima dos 8,57% acumulados em julho do ano passado. O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) avançou a 0,88% na segunda quadrissemana de julho, após 0,80% na primeira quadrissemana. O indicador acumula alta de 8,71% em 12 meses, maior do que o avanço de 8,63% no período até a primeira. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,8% em maio ante abril. Na comparação com maio de 2020, a atividade econômica avançou 13,4% em maio de 2021.
Apesar da volatilidade, no decorrer da semana passada, o Real ficou no bloco dos emergentes que menos se desvalorizou ao longo do período. Por um lado, a expectativa de recuperação da economia americana fortaleceu o dólar diante de algumas moedas emergentes. Por outro, o avanço da reforma tributária, após alteração do primeiro texto enviado ao Congresso, animou os investidores e melhorou a entrada de fluxo no país, contribuindo para o desempenho do Real.
Sexta-feira, a taxa de câmbio variou de R$ 5,075 a R$ 5,1280.