Na sessão de ontem, novos dados sobre a economia dos Estados Unidos derrubaram ainda mais o ânimo de investidores/as globais, fazendo o dólar perder força frente a seus principais rivais e fechar a cotação no Brasil em R$4.136,5 – próximo da zona de suporte formada em R$4.125, que coincide com a média móvel dos últimos 20 dias. A prévia dos dados oficiais de emprego veio 5 mil vagas abaixo do esperado e os estoques de petróleo – que indicam atividade industrial – estavam num nível que era quase o dobro do estimado por especialistas.
Com isso em mente, os dados que serão divulgados hoje – véspera do payroll, considerado o indicador mais relevante de cada mês – provavelmente irão ditar os rumos da sessão global. Às 9h30, teremos dados sobre o desemprego no país (Pedidos Iniciais por Seguro Desemprego, impacto 2/3). Pouco depois da abertura dos mercados americanos, serão divulgados os PMI (purchasing managers index, um indicador de inflação), às 10h45 (PMI Composto Markit/PMI do setor de serviços, impacto: 2/3). Enfim, às 11h serão divulgados dados do Institute for Supply Management (ISM) com o PMI do setor de serviços (PMI ISM não-manufatura, impacto: 3/3).
No caso do primeiro indicador, um resultado acima do esperado tende a pressionar para baixo o preço global do dólar; nos demais casos, um resultado acima do esperado tende a pressioná-lo para cima.
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Cenário macro e expectativas da sessão
Apesar das fortes perdas de ontem e na terça-feira (2), as bolsas futuras dos EUA estão em leve queda, com o Volatility Index (VIX), que indica o grau de aversão ao risco de investidores/as dos EUA, diminuindo – embora tenha crescido consideravelmente na sessão de ontem. Na Europa, com exceção do CAC40 (França), as bolsas futuras e à vista operam em baixa após mais uma leva de dados macroeconômicos negativos da zona do Euro, divulgados na manhã de hoje – o índice Euro Stoxx 50, com as 50 maiores empresas da Europa, acumula perda de quase 3% no momento. O cenário foi piorado ainda pela imposição dos EUA, com aval da Organização Mundial do Comércio, de tarifas sobre vários produtos europeus como retaliação a auxílios concorrenciais fornecidos pela União Europeia a empresa francesa Airbus.
Na expectativa de dados ruins dos EUA, o Euro e outros rivais globais do dólar operam em leve alta, com os principais índices de força da moeda americana (DXY e USDOLLAR) em ligeira baixa (-0,04% e -0,09%, respectivamente). Caso esse cenário se mantenha, podemos ver mais quedas no preço do dólar no Brasil, embora a tendência principal continua sendo de alta. Possíveis pontos de suporte, caso o preço fique abaixo de R$4.125, são R$4.100 e R$4.065, regiões que contam com alto volume acumulado de negociação. Esses níveis poderão ser testados, conforme foi colocado acima, na medida em que os dados americanos continuem a mostrar resultados abaixo das estimativas.