SOJA: Clima favorece o cultivo no Centro-Oeste e no Sudeste
As recentes chuvas no Centro-Oeste e no Sudoeste favoreceram o avanço do cultivo da oleaginosa, que estava atrasado em algumas localidades dessas regiões, devido à baixa umidade. Já no Sul, fortes chuvas têm interrompido os trabalhos de campos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Diferentemente, no Norte e Nordeste, produtores ainda aguardam maior umidade para intensificar o cultivo.
As atenções se concentram no campo, e a comercialização do grão para entrega em 2016 está lenta, com os preços no spot apenas nominais. Ao mesmo tempo, o cumprimento de embarques de soja e derivados segue intenso, superando até mesmo o volume estimado pela Conab para este ano. Em outubro, as exportações da soja em grão somaram 2,59 milhões de toneladas, mais que o triplo do volume embarcado em outubro/14, segundo dados da Secex.
Na parcial de 2015, o Brasil já exportou 52,15 milhões de toneladas, 14% a mais que em todo o ano passado e já acima das 50,88 milhões de toneladas estimadas pela Conab para 2015. A receita em reais deste ano já supera em 4,9% todo o montante de 2014, puxada, além do elevado volume, pela forte valorização do dólar.
MILHO: Exportação é recorde no mês; preço interno se sustenta
O volume de milho exportado pelo Brasil em outubro somou 5,55 milhões de toneladas, 74,5% a mais que em outubro/14 e 60% superior ao de setembro, segundo dados da Secex – a quantidade dos primeiros 16 dias do mês já era recorde mensal. O forte ritmo dos embarques ainda ajuda a sustentar os valores internos do milho, mas, no porto de Paranaguá (PR), houve enfraquecimento nos preços na semana passada, devido à desvalorização no dólar.
A expectativa é que as exportações sigam aquecidas nas próximas semanas. De fevereiro a outubro deste ano, 14,69 milhões de toneladas de milho foram exportadas e, para atingir as 27,24 milhões de toneladas estimadas pela Conab, os embarques precisam registrar média de 4,18 milhões de toneladas em novembro, dezembro e janeiro.
Entre 30 de outubro e 6 de novembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), subiu 0,54%, fechando a R$ 33,77/saca de 60 kg na sexta-feira, 6. Se considerados os negócios também em Campinas, mas com prazos de pagamento descontados pela taxa NPR, a média à vista foi para R$ 33,26/sc, reação de 0,45%.
MANDIOCA: Chuvas reduzem o processamento em fortes 64%
A colheita de raiz de mandioca foi reduzida na semana passada, devido às chuvas em praticamente todas as regiões pesquisadas pelo Cepea. Além disso, a expectativa de aumento nos valores da raiz nas próximas semanas também levou parte dos agricultores a ter pouco interesse pela comercialização. Como resultado, entre 2 e 6 de novembro, o volume de mandioca processado na indústria de fécula diminuiu expressivos 64%.
Houve casos de fecularias que sequer receberam mandioca na semana passada e a ociosidade média na indústria de fécula superou os 75% da capacidade instalada na semana, conforme cálculos do Cepea. Mesmo com esse cenário de menor oferta, fecularias mantêm o interesse no processamento, por conta da recente melhora no mercado de derivados.
O preço médio a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 176,84/t (R$ 0,3076 por grama de amido) na última semana, aumento de 10,9% ante a anterior.