Apesar do recuo do dólar que, em tese, favorece o desempenho do mercado das commodities, os futuros do café acumularam perdas nos últimos dias. Há expectativas de que os fundos de investimento tenham reduzido o saldo líquido comprado em café na Bolsa de Nova York, na semana passada.
Em movimento alinhado com o cenário externo, o dólar comercial foi cotado, ontem, a R$ 3,1219, registrando queda de 0,95% em relação ao fechamento da semana anterior. Especulações sobre quando se dará o novo movimento de alta dos juros norte-americanos e, no âmbito doméstico, o fluxo de entrada de recursos, foram os principais fatores que influenciaram o movimento do câmbio.
Na ICE Futures US, o vencimento março do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4595 por libra-peso, com queda de 645 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento março do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 2.201 por tonelada, com desvalorização de US$ 37 na comparação com a última sexta-feira.
Em relação ao desenvolvimento da safra 2017/18 do Brasil, o volume de chuvas registrado no cinturão cafeicultor em janeiro foi menor do que o ocorrido no mesmo mês de 2016. Levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) junto a agentes do setor mostrou preocupação com a possibilidade de o clima afetar negativamente o rendimento da próxima colheita, caso as chuvas não registrem maiores volumes nas próximas semanas.
Segundo a Climatempo, há previsão para bons volumes de precipitação até a próxima semana, em grande parte de áreas cafeicultoras. No caso do Espírito Santo, a circulação de ventos favorecerá o aumento de pancadas de chuvas, com acumulados que podem atingir até 100 mm em um período de cinco a seis dias.
No mercado doméstico, os negócios continuaram fracos, já que os preços estão aquém das expectativas dos produtores. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 512,82/saca e a R$ 468,47/saca, respectivamente, com variações de -3,8% e -2,8% na comparação com o fechamento da semana anterior.