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Citros Retro 2017: Safra 2017/18 Cresce, Mas Demanda Industrial Sustenta Preço

Publicado 11.01.2018, 06:05
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Mesmo com o aumento na produção da atual safra 2017/18, os preços da laranja paulista permaneceram em patamares firmes em 2017 nos segmentos industrial e in natura, sustentados pela maior demanda industrial, segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

Estimativa de dezembro do Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) indica que a produção da safra 2017/18 deve somar 385,2 milhões de caixas, volume 57% superior ao da temporada 2016/17 (que, ressalta-se, foi uma das menores da história) e podendo ser a maior oferta desde 2012/13. Assim, fundamentados na maior produção prevista, agentes industriais consultados pelo Cepea acreditam que a moagem ainda deve ser intensa no início de 2018. Vale lembrar que, desde o início das atividades de 2017, as indústrias operaram em ritmo acelerado, a 100% da capacidade em praticamente todas as unidades.

A maior safra do cinturão citrícola também alterou o cenário de compras. De acordo com pesquisas do Cepea, antes do dimensionamento da produção, as grandes indústrias paulistas iniciaram as contratações da fruta no último trimestre de 2016, com negócios de até R$ 26,00/cx de 40,8 kg, colhida e posta – sem diferenciação entre as variedades precoces, de meia-estação e tardias.

Estas negociações, porém, não se repetiram no correr de 2017. Isso porque, com parte do volume já contratada e sem expectativa de restrição na oferta da matéria-prima, as processadoras estiveram mais tranquilas quanto ao abastecimento e limitaram novas compras no spot. Assim, os valores se fixaram em torno de R$ 18,00/cx no ano passado. De acordo com dados do Cepea, na média parcial da temporada (de julho/17 até dezembro/17), o preço pago pela laranja pera e tardias no spot foi de R$ 18,96/caixa de 40,8 kg, colhida e posta na fábrica, recuo de 14,7% em relação à média do segundo semestre de 2016.

A produção volumosa, por sua vez, veio em um bom momento, visto que deve amenizar os estoques de passagem bastante baixos de 2016/17. Segundo estimativa da CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos), os estoques das processadoras paulistas devem se recuperar em 93% em junho de 2018, estimados em 207,6 mil toneladas de suco de laranja em equivalente concentrado.

MERCADO DE MESA – A entressafra elevou as cotações da pera, que atingiram recorde nominal em fevereiro, quando teve média de R$ 43,91/cx de 40,8 kg, 118% superior ao verificado no mesmo mês de 2016, conforme dados do Cepea. Já de maio em diante, a maior oferta e as compras limitadas no spot pressionaram os valores da fruta, que registraram patamares inferiores aos de 2016, mas seguiram firmes, considerando-se os preços praticados na citricultura recente. No segundo semestre, a variedade foi negociada à média de R$ 18,18/cx de 40,8 kg, na árvore, recuo de 34,9% em relação ao mesmo período de 2016 – dados do Cepea.

TAHITI – O movimento de preços da lima ácida tahiti em 2017 esteve próximo do tipicamente observado, com menores valores no primeiro semestre, devido à maior oferta, e recuperação gradual no segundo, por conta da entressafra. No ano passado, a média da tahiti, de R$ 33,98/cx de 27 kg, colhida, foi 18,8% inferior à de 2016, em termos nominais, de acordo com dados do Cepea. Do lado da demanda, o destaque fica para as exportações de tahiti, que, até julho/17, registraram volumes recordes. Já no segundo semestre, com a menor produção brasileira, com o aumento dos preços e a concorrência com a safra mexicana, os embarques recuaram.

EXPORTAÇÃO – A baixa produção na Flórida refletiu em aumento dos embarques de suco de laranja em equivalente concentrado nesta parcial da temporada 2017/18. Somente aos Estados Unidos, os envios cresceram 56% no período (de julho a novembro/17) em relação aos da temporada passada. As exportações para todos os países, por sua vez, somaram 514 mil toneladas, 22% superiores na mesma comparação. Na temporada 2016/17 (julho/16 a junho/17), os embarques recuaram 17%, totalizando 950,92 mil toneladas.

INTERNACIONAL – O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a colheita da Flórida, maior estado produtor de citros do país, totalize apenas 46 milhões de caixas, recuo de 33% em relação à safra passada (que, por sua vez, havia sido de 68,7 milhões de caixas; até então, a menor em 53 anos).

Nesta temporada, além dos severos danos devido ao greening, a citricultura da Flórida foi prejudicada em setembro pelo furacão Irma, que causou quedas de árvores, de frutas e alagamento do solo. O resultado final da produção local será divulgado em 2018.

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