Uma das vantagens de ser alguém que busca saber como começar a investir é ter a oportunidade de analisar o que outros investidores experientes fizeram no passado e aprender com isso. Dessa forma, você pode aprender com o erro dos outros e não precisa comprometer o seu capital. É como Charlie Munger diz: “Só quero saber onde eu vou morrer para nunca ir a este lugar”.
Pensando nisso, li um artigo com o qual me identifiquei bastante, em que o autor lista dez coisas que gostaria de saber antes de começar seu processo de enriquecimento no longo prazo. Não há problemas em cometer erros. Todos erram, é humano. No entanto, os investidores de sucesso são os que cometem erros pequenos e controlados e conseguem aprender com eles. Listei abaixo os cinco que achei mais importantes.
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Muitas vezes, o melhor investimento é o que você já possui
Uma vez que você construiu um portfólio com boa diversificação, com poucas e boas empresas que você conhece bastante e nas quais acredita, adicionar mais uma nova opção para sua carteira pode não ser a melhor decisão. Primeiro, pois seria mais uma ação a ser monitorada e analisada constantemente. Além disso, muitos investidores possuem uma necessidade compulsória de comprar o máximo de ações possíveis, na tentativa de acertar o próximo caso de sucesso da bolsa. Essa estratégia não funciona na maioria das vezes, pois você estará comprando as ações da moda ou algo que não entende. É o que o investidor Terry Smith diz: “Faça dinheiro com os velhos amigos”.
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Não se deve negligenciar o óbvio
Muitas vezes, o óbvio não é tão óbvio quanto parece. Investir é uma tarefa simples, mas não é fácil. Compre empresas que sejam óbvias para você, isto é, das quais você entenda o modelo de negócios. Estas são, geralmente, as que você convive diariamente, seja no seu dia-a-dia pessoal ou de trabalho. Se você é um consumidor da Renner (SA:LREN3), por exemplo, e aprecia seus produtos, comece por ela. Se você é um médico, analise o Fleury (SA:FLRY3), caso goste da empresa, e assim vai. Não invista em companhias promissoras se você não consegue entender como ela faz dinheiro e não consegue visualizar como estará daqui há dez anos.
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Muitas vezes, há um bom motivo para a ação estar barata
Este é um bom conselho para aqueles que gostam de basear sua decisão de investimento em alguns simples múltiplos, como P/L e P/VPA. Atualmente, eles não são suficientes. Benjamin Graham fez muito dinheiro em sua época pois essa habilidade era uma vantagem competitiva. Hoje, ela é apenas uma commodity. Todos podem analisar o múltiplo das empresas listadas em bolsa, inclusive em sites gratuitos. O investidor que se destacará é aquele que compra boas empresas por preços justos e as segura para o longo prazo. Uma dica: analise uma empresa, estabeleça o seu preço e só depois veja a cotação pela qual está sendo negociada. Isso diminui os vieses da sua análise.
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Você não precisa gostar dos produtos ou serviços da empresa para lucrar com ela
Você não precisa ser fã de uma empresa para investir nela. No entanto, é primordial que essa proporcione algum valor para os consumidores que gostam dela, e o trabalho do investidor é identificar isso. Eu, por exemplo, não gosto de McDonald’s, mas já fui um acionista da empresa e fiz dinheiro com suas ações.
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É possível ficar confortável ao se fazer nada
Um dos fundos que mais admiro, o britânico Fundsmith, tem um lema simbolizado pelo acrônimo “ODD”: Only invest in good companies, Don’t overpay and Do nothing. Ou seja, apenas invista em boas empresas, não pague caro e não faça nada. Publiquei um texto muito legal sobre a importância de não fazer nada no mundo dos investimentos aqui no investing.