Eu acho que sim. A questão é a que preço Cielo (SA:CIEL3) fechará capital?
É simples. Com seu mercado em mudança, Cielo precisa de agilidade de decisão para brigar com as fintechs.
E digo mais: Cielo deverá ser usada pelos bancos como chamariz para a venda de outros produtos.
Como o Itaú (SA:ITUB4 ou ITSA4 (SA:ITSA4)) já disse que usará sua adquirente, a Rede (de capital fechado).
Recordemos. Cielo possuía um negócio altamente lucrativo até que descobrimos que não existia barreira de entrada.
Com a entrada de competidores, percebemos que o lojista, cliente de Cielo, só se importa com preço – logo, o serviço de Cielo é commoditizado e o vencedor é a companhia com menor custo.
Nada novo até aqui.
O interessante foi, na semana passada, do anúncio de que o Banco do Brasil (SA:BBAS3) pretendia vender sua fatia de 29 por cento em Cielo.
O anúncio pegou os vendidos com as calças na mão e Cielo subiu +15 por cento no dia. Mas, todo o sellside discordou, as ações caíram -4 por cento no dia seguinte.
Os analistas foram rápidos em afirmar que Cielo dependia de seus dois bancos controladores, BB e Bradesco (SA:BBDC4), para manter sua participação de mercado. BB e BBDC ofereceriam Cielo a seus clientes, permitindo a enorme participação de mercado da adquirente.
Mas este era o mesmo argumento de Cielo para justificar seus lucros e participação de mercado até que a competição chegou. Hoje sabemos que o argumento pouco vale, o que importa é preço.
E BBDC e BBAS devem estar fazendo contas para entender quando (e a quanto) deveriam fechar o capital de Cielo – com a entrada de novas empresas focadas unicamente em preço, meu palpite é que ainda deixarão Cielo sangrar mais antes de fechá-la.
Para o Investidor de Valor, Cielo continua sendo arriscada demais para alocar nosso precioso patrimônio. Apenas observamos de longe.
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