Os fundos imobiliários voltaram para o terreno positivo em novembro, após a forte queda registrada no mês anterior, com valorização de +0,66% no período. Novamente, o principal destaque foram os fundos de tijolo, aqueles que investem prioritariamente em imóveis, com o retorno positivo do índice iTrix Tijolo de +1,48% em novembro e +16,05% nos últimos 12 meses. Já os FIIs que compram valores mobiliários apresentaram uma pequena queda, com o iTrix Papel desvalorizando -0,10% no último mês. O Ibovespa apresentou o melhor desempenho mensal desde novembro de 2020, com alta de +12,54% e agora acumula uma valorização de +13,20% nos últimos 12 meses, se aproximando de sua maior marca histórica. O IMA-B 5+, que reflete uma cesta de títulos do Tesouro Nacional indexados ao IPCA e com prazo superior a 5 anos, também apresentou forte alta em novembro, refletindo o cenário de otimismo e fechamento generalizado das taxas de juros dos títulos de renda fixa de longo prazo. Essa percepção de menor risco também beneficiou a moeda brasileira contra o dólar, que desvalorizou -2,41% contra o real.
O otimismo generalizado nos mercados globais se deu principalmente por conta dos dados de desempenho econômico e de inflação da economia americana. Ao longo do mês de novembro, foram divulgados indicadores de crescimento da economia que vieram aquém das expectativas e de inflação que surpreenderam positivamente. Como consequência, o FED (Banco Central Americano) decidiu por manter a taxa de juros no patamar atual e, embora tenha deixado a porta aberta para novas altas, ao longo do mês alguns membros sinalizaram que o aperto monetário da maior economia do mundo já deve ter chegado ao fim.
No Brasil, os ventos positivos do cenário externo fizeram com que o Ibovespa apresentasse o melhor desempenho mensal em três anos e carregasse todos os demais índices de ativos de risco para valorizações relevantes. No começo do mês, o COPOM efetuou mais um corte de 0,50% na Selic e manteve a expectativa de mais um corte de mesma magnitude para a próxima reunião. Além disso, os dados de inflação divulgados ao longo do mês também favoreceram a expectativa de um ambiente inflacionário mais positivo, tanto para 2023, quanto para 2024.
Os fundos imobiliários, representados pelo IFIX, apresentaram uma rentabilidade bem mais modesta do que outros índices, como o Ibovespa e o IMAB 5+, porém, historicamente, é normal que os FIIs apresentem movimentos mais curtos, menos voláteis e com uma certa defasagem, já que é um produto de investimento investido prioritariamente por pessoas físicas. Além disso, há uma série de ofertas primárias que estavam represadas e que aconteceram recentemente ou que estão em andamento nesse final de 2023, fazendo com que haja uma priorização de recursos para as ofertas em detrimento de novas aquisições de cotas no mercado secundário. De qualquer forma, entendemos que estamos ainda no início de um ciclo favorável para os fundos imobiliários e que há ainda diversas oportunidades para aquisições de bons ativos por preços que não correspondem ao seu real valor e que em algum momento esse gap deve se fechar, favorecendo aqueles investidores que persistiram e se anteciparam a esse movimento.