Por Julia Monsalve
O Rio Grande do Sul declarou estado de calamidade pública, devido ao alto volume de precipitação e enchentes no estado.
Para efeitos de comparação, entre os dias 29/4 e 14/5 choveu 597,5mm em Porto Alegre, quase duas vezes mais que a média histórica para os dois meses completos (227,2mm). Em Bento Gonçalves, os volumes registrados neste mesmo período atingiram 961,8mm, quase quatro vezes acima da série histórica (254,6 milímetros).
A produção pecuária foi diretamente afetada pelas enchentes. Mesmo em regiões menos atingidas pelas chuvas, milhares de animais enfrentam o risco de falta de alimento e outros problemas ocasionados por bloqueios nas rodovias, danos de infraestrutura, interrupções no abastecimento de água, falta de funcionários e paralisação dos abates. Além disso, centenas de animais foram arrastados pela correnteza ou se afogaram em galpões inundados.
Previsões entre 22 e 28 de maio no país
A penúltima semana de maio será, em grande parte do Brasil, sem precipitação.
As exceções persistem nos extremos do país, especialmente no Rio Grande do Sul, onde são esperados volumes expressivos, podendo atingir até 135mm na região central do estado. O litoral nordestino receberá, em média, entre 55 e 95mm ao longo dos 7 dias, assim como o norte do Amazonas, Pará e Maranhão, com volumes esperados de até 55mm.
Para o período, a quantidade de estados dentro dos valores de referência é muito menor do que os que estão abaixo da média de anomalia. É possível identificar da seguinte forma: áreas com tons marrons indicam que esses estados receberão menos precipitação, áreas em branco estão dentro da referência para o período e as verdes estão acima do esperado para os 7 dias. Destaque para o Rio Grande do Sul, onde o volume esperado é 100mm acima da normalidade.
Queda nas cotações do boi gordo em São Paulo
Os efeitos do outono estão evidentes, com o clima seco, redução das chuvas e queda da temperatura, fazendo com que a qualidade das pastagens caia, reduzindo a capacidade nutritiva.
A oferta de bovinos para o abate, em função disso, aumentou, favorecendo a composição e manutenção das escalas de abate que estão, em média, em 10 dias úteis na praça paulista.
Com a pressão de baixa, a cotação de todas as categorias destinadas ao mercado interno caiu R$2,00/@.
Para o "boi China", queda de R$3,00/@.
Minas Gerais
Estabilidade nas cotações para três das quatro praças pecuárias do estado.
Queda de R$5,00/@ para boi e vaca gordos na região Sul.
Exportação de carne bovina in natura
Até a terceira semana de maio foram exportadas 128,3 mil toneladas – média diária de 10,7 mil toneladas – crescimento de 39,7% frente à média diária em maio de 2023. A cotação média está em US$4,5 mil/t, retração de 10,8% considerando o mesmo período. O volume de embarques elevou o faturamento médio diário do período em 24,6%, totalizando US$ 48,6 milhões por dia.