Chineses optam pelo mercado doméstico e clima no Meio-Oeste pautará CBOT
Com retirada momentânea da China do mercado, clima no Meio-Oeste será o protagonista da semana.
Às vésperas do início da colheita da safra americana de soja deste ano, o clima voltou a ditar o ritmo e o comportamento do mercado. Após abrir a semana rompendo a resistência psicológica em 1000 cents por bushel o mercado manteve certa estabilidade nos dias seguintes. Para os próximos dias, uma conjuntura de fatores fundamentalistas aponta para quedas no mercado internacional de soja.
No Meio-Oeste americano o solo apresenta condições ideais de umidade, as chuvas intercaladas proporcionam o enchimento ótimo dos grãos e as temperaturas serão favoráveis nos próximos dias. As importações chinesas, destacadas nas últimas semanas começam a desacelerar, em grande parte devido à atuação do governo local, que vem promovendo leilões dos estoques estatais de soja. Por fim, a recente valorização do dólar frente às moedas internacionais encarece as compras em Chicago, mercado de referência, onde os contratos são cotados na moeda americana.
No boletim climático, apenas no estado de Minnesota o tempo deve ser seco nos próximos dias. Nos demais estados do Production Belt americano as chuvas ocorrerão acima do esperado para o período. As temperaturas seguem abaixo do esperado no centro-oeste americano. As baixas temperaturas e as chuvas abundantes devem beneficiar a evolução da safra americana, que está em fase final de desenvolvimento.
Na Argentina, a Bolsa de Rosário oficializou nesta semana o término da colheita e os números finais de produção no país. Na safra 2015/16, portanto, foram colhidas 56 milhões de toneladas de soja. As perdas, principalmente decorrentes do clima, atingiram 8,2% da área plantada. Ainda assim, algumas regiões apresentaram excelentes resultados: a província de Buenos Aires, foi o destaque nacional. O Departamento de Agricultura Americano (USDA, na sigla em inglês) estimou ainda no relatório deste mês que a produção argentina seria de 56,5 milhões de toneladas. Para a temporada 16/17, o Departamento projeta produção de 57 mi/ton.
O Boletim de progresso de safra e condições das lavouras desta semana emitido pelo Departamento de Agricultura Americano (USDA, na sigla em inglês) não apresentou variações consideráveis nas condições das lavouras nos principais estados produtores do país. Na evolução semanal, o grande destaque negativo ficou por conta do estado de Louisiana, no sul do país. Na média dos estados sulistas, houve uma maior dispersão da classificação das lavouras. Tanto a média dos 18 estados como a dos 5 maiores produtores se mantiveram inalteradas ao longo dos últimos 7 dias, mesmo com fortes chuvas localizadas sendo registradas. Mesmo que os efeitos tenham sido limitados, as consequências das chuvas deste último final de semana devem estar presentes no próximo boletim.
Estes novos dados reforçam a visão de que até a próxima safra sul-americana o mundo dependerá da produção americana, que deverá se confirmar recorde nas semanas a seguir. Os agentes de mercado devem continuar atentos ao clima e às primeiras áreas colhidas como amostra da produtividade e da qualidade do produto norte-americano.