Não foi Roberto Jefferson.
A reação dos ativos brasileiros ontem ao evento político de domingo veio mais sob a forma de catalisador, ou seja, incrementou um movimento que se desenhava fortemente, mas não necessariamente o causador.
Há menos de uma semana do pleito majoritário e considerando a forte alta das bolsas de valores na última sexta-feira, era de se esperar que houvesse uma posição mais defensiva dos investidores, em meio aos desafios eleitorais.
Além disso, existe uma dificuldade de leitura do futuro econômico da China, em meio aos sinais emitidos por Xi JinPing, após sua perpetuação no poder e este sim, é um evento de peso nos mercados emergentes, pois dependem da segunda economia do mundo para se descolar de uma cada vez mais possível recessão nos países desenvolvidos.
Xi prometeu mão forte, mas não demonstrou aquilo que se esperava em termos econômicos e principalmente, sanitários, pois se esperava que a posição chinesa em relação à COVID zero pudesse se alterar com os novos poderes adquiridos.
Em meio a todos estes eventos, notadamente as vésperas de eleição, elevando a cautela dos investidores e a posição no mínimo dúbia da China quanto ao futuro da economia, o evento político de domingo com Jefferson operou como mero catalisador, em meio à complexidade do cenário atual.
As atenções se voltam hoje às inflações, com o IPC-Fipe registrando elevação dentro da mediana, aos 0,39% (Infinity: 0,42%) e o IPCA-15, onde projetamos alta de 0,14%, especialmente puxado pela reflação de alimentos e combustíveis.
A inflação segue os parâmetros até agora considerados normais e dentro das expectativas sazonais, sem o impulso negativo dos cortes de preços de combustíveis, onde a defasagem não se altera significativamente, em meio ao petróleo em queda e a desvalorização do Real frente ao dólar.
Além disso, inicia-se a reunião do COPOM, onde projetamos a manutenção da taxa aos atuais 13,75%, acompanhada da sinalização de que tal situação permanecerá por tempo suficientemente longo, de forma a embarcar os efeitos defasados das decisões de política monetária.
A agenda hoje se completa com dados Case-Schiller de imóveis, confiança do consumidor e Fed de Richmond nos EUA, além de uma série pesada de balanços.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com Sunak primeiro-ministro e balancos de UPS, GM, GE, 3M e Coca-Cola, antes da abertura e Alphabet (NASDAQ:GOOGL), Microsoft (NASDAQ:MSFT), Texas, Visa e Spotifty, após o fechamento.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com queda nas bolsas chinesas, após a definição do futuro político do país.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque à prata, cobre e minério de ferro.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, apesar da perspectiva de aumento das sanções contra a Rússia podendo afetar a oferta.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,20%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3036 / 2,71 %
Euro / Dólar : US$ 0,99 / -0,010%
Dólar / Yen : ¥ 148,90 / -0,013%
Libra / Dólar : US$ 1,13 / 0,470%
Dólar Fut. (1 m) : 5307,00 / 2,18 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,63 % aa (0,05%)
DI - Janeiro 24: 12,88 % aa (0,31%)
DI - Janeiro 26: 11,69 % aa (1,39%)
DI - Janeiro 27: 11,71 % aa (1,65%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -3,2653% / 116.013 pontos
Dow Jones: 1,3418% / 31.500 pontos
Nasdaq: 0,8554% / 10.953 pontos
Nikkei: 1,02% / 27.250 pontos
Hang Seng: -0,10% / 15.166 pontos
ASX 200: 0,28% / 6.799 pontos
ABERTURA
DAX: -0,728% / 12837,36 pontos
CAC 40: 0,248% / 6146,58 pontos
FTSE: -0,554% / 6975,13 pontos
Ibov. Fut.: -3,50% / 117914,00 pontos
S&P Fut.: -0,32% / 3797,25 pontos
Nasdaq Fut.: -0,187% / 11463,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,70% / 110,85 ptos
Petróleo WTI: -1,38% / $83,41
Petróleo Brent: -1,37% / $91,98
Ouro: -0,45% / $1.640,55
Minério de Ferro: -2,05% / $88,80
Soja: 0,11% / $1.373,25
Milho: -0,37% / $679,25
Café: 0,39% / $191,10
Açúcar: -0,06% / $18,14