- Crescimento não será tão exuberante como o esperado pós reabertura;
- Estímulos são necessários;
- Setor imobiliário não voltará a ser mais como antes;
- Com isso, expansão do PIB deste ano ficará entre 5,0% e 5,5%
O que temos que considerar além desses “consensos”:
Meta de crescimento do PIB de 2023 é de 5,0%. E qualidade importa mais que quantidade. Ou seja, mercado revisou para números próximos (ou até acima) de 6%, sem levar em conta a sinalização mais “conservadora” do governo;
Estímulos vão estancar a desaceleração (e não provocar aceleração). E precisam chegar às questões centrais da desaceleração … setor imobiliário e governos locais. O alívio monetário é choque de confiança e pode até “ajudar” o refinanciamento das dívidas dos governos locais. A moeda depreciada pode “compensar” parte da perda vinda do arrefecimento das exportações. Infraestrutura pode ser uma solução de curto prazo. E consumo vai melhorar gradualmente sob efeito da reabertura.
Setor imobiliário residencial já encolheu. Lançamentos caíram mais de 80% em relação ao final de 2020, considerando o acumulado de 2023. Vendas recuaram mais de 70% na mesma base de comparação. A partir de agora, entendo que políticas devem suavizar os ajustes e limitar efeitos adversos sobre sistema bancário e arrecadação dos governos locais
Para além de 2023. Insisto que desde 2017 o modelo de crescimento de economia chinesa vem mudando. Desde essa data, de forma bem resumida, passamos por supply side reform, novo ambiente geopolítico, pandemia e nova composição do governo chinês. Ponto de partida atualmente é combinar as questões de segurança com upgrade tecnológico. Desafios estruturais (e problemas acumulados do passado) estão aí.
Ou seja, não devemos cair na armadilha de ficar esperando estímulos como no passado … crescimento mudou de ritmo, composição e de graus de liberdade.