Cepea Mensal Café
Pelo segundo mês consecutivo, os preços de café arábica caíram no mercado interno. O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve média de R$ 485,91/saca de 60 kg em março, 4,47% inferior à de fevereiro e 1% menor que a de março/16. A pressão veio, especialmente, do baixo ritmo de negócios e da queda nos valores externos do café. No geral, houve grande disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por produtores, limitando os fechamentos no correr do mês. A negociação ocorria somente quando compradores precisavam completar embarques ou quando vendedores precisavam fazer caixa.
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o contrato Maio/17 teve média de 141,11 centavos de dólar por libra-peso, baixa de 3,7% em relação a fevereiro. O dólar foi cotado na média de R$ 3,13, leve alta de 0,9% no comparativo mensal.
O ritmo de negócios seguiu calmo no decorrer de março e, até a terceira semana do mês, produtores de arábica estimavam que 80% da temporada 2016/17 já tinha sido negociada, considerando-se as regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo agentes, produtores detinham cafés de todas as qualidades, mas com predomínio dos de qualidade intermediária. No mesmo período do ano passado, cerca de 15% da safra ainda estava disponível para ser comercializada.
Em termos regionais, no Sul de Minas e nas praças paulistas de Mogiana e Garça (SP), por exemplo, os 20% de grãos restantes da temporada 2016/17 eram de todos os padrões. Nas regiões mineiras do Cerrado e da Zona da Mata, 20% e 25%, respectivamente, da safra ainda podia ser comercializada. Em ambas as praças, colaboradores do Cepea calculam que a oferta de arábica era sobretudo de cafés mais finos, que foram estocados para serem negociados quando os preços estivessem em patamares mais elevados. Já no Noroeste do Paraná, o relato é de que apenas 10% da safra estava nas mãos de produtores e que a maior parte destes lotes era de arábica de qualidade inferior, que serão destinados às indústrias nacionais.
Quanto à negociação envolvendo o grão da temporada 2017/18, até o final de março, poucos produtores haviam realizado negócios com entrega programada. Apenas nas praças do Cerrado e Sul Mineiro e de Garça (SP) produtores fecharam, em outubro do ano passado, contratos com entregas programadas para setembro e outubro de 2017. Vale (SA:VALE5) lembrar que, em out/16, os preços do arábica estavam em patamares elevados e, com isso, os cafés mais finos chegaram a ser negociados em torno de R$ 600,00/saca.
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