INDICADOR – O mercado de arroz em casca seguiu estável no correr de novembro, com os preços variando pouco – o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, esteve na casa dos R$ 48 e R$ 49,00/saca de 50 kg ao longo de todo o mês. Esse cenário esteve atrelado ao baixo interesse tanto de compradores quanto de vendedores.
No dia 30 de novembro, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, fechou a R$ 48,99, com ligeira queda de 0,53% no acumulado do mês. A média mensal, de R$ 49,04/sc, foi a menor desde maio/16, sendo 0,9% inferior à de outubro/16, mas ainda 11,6% acima da de novembro/15, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de outubro/16).
As indústrias que estiveram ativas em novembro buscaram repor seus estoques de casca para atender a demanda de arroz beneficiado dos mercados atacadista e varejista dos grandes centros consumidores. Do lado produtor, poucos estiveram presentes, sem necessidades de “fazer caixa” no curto prazo. Orizicultores estiveram com as atenções voltadas à finalização do semeio da safra 2016/17 e, na sequência, ao início do plantio da soja.
Em relatório divulgado em novembro pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção brasileira de arroz da 2016/17 deve crescer entre 8,4% e 13,9% – em outubro, o aumento era estimado de 9% a 13,5% –, agora indo de 11,49 a 12,08 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, a produção poderá ficar entre 8,25 e 8,63 milhões de toneladas, aumento de 12,3% a 17,3% frente à temporada anterior.
INTERNACIONAL – Dados divulgados no dia 9 pelo USDA apontam produção mundial recorde na safra 2016/17, de 483,797 milhões de toneladas, considerando-se a série histórica do Departamento, iniciada em 1960 – aumento de 2,48% em relação à temporada anterior. Maiores produções são esperadas para a Colômbia, Coréia do Sul e Japão. O estoque mundial também foi levantado no último relatório, para 121,7 milhões de toneladas, crescimento de 4,65% comparado a safra 2015/16, impulsionado pelo aumento nos estoques do Japão e da Índia.
Em novembro, todos os contratos futuros de arroz caíram na Bolsa de Chicago (CME Group), depois de terem subido por dois meses consecutivos – outubro e setembro. De 31 de outubro a 30 de novembro, o contrato Jan/17 recuou 4,4%, fechando a US$ 9,705/quintal (45,36 kg) no dia 30. O contrato Mar/17 teve queda de 4,3%, a US$ 9,955/quintal; e Maio/17, de 4,1% (US$ 10,205/quintal). O vencimento Nov/17, encerrado no dia 14, caiu 7,4% (US$ 9,125/quintal) no mês.
De outubro para novembro/16, o Índice do Arroz FAO (composto por 16 preços de referência de exportação) caiu pelo quarto mês consecutivo, em 0,54%
MATO GROSSO – Em novembro, o mercado de arroz em casca apresentou baixa liquidez em Mato Grosso, com indústrias e orizicultores pouco ativos no spot. Produtores deram atenção ao semeio de trigo, com poucos iniciando o plantio de arroz. Segundo indústrias consultadas pelo Cepea, o bom estoque de arroz em casca adquirido anteriormente, inclusive do Rio Grande do Sul, poderá ser suficiente até a colheita da próxima safra (2016/17). Apenas produtores com necessidade de “fazer caixa” ou de limpar seus galpões entraram no mercado ofertando seus lotes. No geral, indústrias se queixam do fraco ritmo de venda do arroz beneficiado, ficando abaixo da meta mensal.
Para o arroz entre 57% e 60% de grãos inteiros, o preço esteve em torno de R$ 65,00/sc 60 kg posto região de Sinop e Tangará da Serra, da safra 2015/16. Para o arroz de 50% grãos inteiros, alguns negócios ocorreram a R$ 64,00/sc, nas mesmas regiões.
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