MERCADO INTERNO – Os preços do algodão em pluma subiram em novembro, impulsionados, especialmente, pela retração de vendedores. Atentos à valorização da pluma no cenário internacional, ao fortalecimento do dólar frente ao real e à “quebra’ na colheita da safra 2015/16, tradings e cotonicultores estiveram firmes nos valores pedidos. Além disso, a baixa disponibilidade de algodão em pluma de boa qualidade trouxe a expectativa de aumento nos preços para o primeiro semestre de 2017, reforçando a postura de vendedores.
Do lado comprador, algumas indústrias demonstram interesse em novas aquisições para entrega da pluma ao longo de novembro. No entanto, a comercialização de algodão para entrega em 2017 esteve em maior ritmo, tanto a valores fixos, como baseados no Indicador CEPEA/ESALQ. No geral, houve forte disparidade entre os preços de compradores e vendedores, seja para entrega imediata como para o próximo ano. Entre os agentes, os comerciantes foram os mais ativos no spot, tanto para compra de novos lotes como na venda, voltados em atender aos contratos.
Em novembro/16, o Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias, referente à pluma 41-4, posta em São Paulo, subiu 4%, fechando a R$ 2,6077/lp no dia 30. A média mensal, de R$ 2,5562/lp, superou em 1,5% a de outubro/16 e em 4,52% a de novembro/15, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de out/16).
PARIDADE – Com a alta na paridade de exportação, de 1,71% no acumulado de novembro, as negociações de exportação de pluma brasileira estiveram aquecidas, envolvendo, inclusive, lotes da safra 2015/16 com característica, como cor e/ou fibra. Quanto à temporada 2016/17, também foram captados vários negócios de pluma para entrega no segundo semestre de 2017, também na opção flex – com possibilidade de ser direcionada para mercado interno. Cálculos do Cepea indicam que, em novembro/16, o preço médio de exportação para embarque em dezembro de 2016 foi de US$ 0,7625/lp, recuo de 0,39% frente à de outubro/16. Referente à safra 2016/17, dados para embarque entre julho e dezembro de 2017 tiveram média de US$ 0,7308/lp, 1,35% inferior aos captados em outubro.
CONAB – Dados divulgados em novembro mostram que a área da nova temporada 2016/17 nacional deve reduzir de 1% a 6,9% em relação à safra anterior, somando entre 899,1 e 944,9 mil hectares. A diminuição da área poderá ser compensada pelo aumento de 16% na estimativa da produtividade, o que geraria oferta nacional de 1,393 a 1,479 milhão de toneladas, aumentos entre 8,1% e 14,8%. Em Mato Grosso, maior produtor nacional, a produção 2016/17 poderá crescer entre 5,5% e 10,8%, puxada pelo aumento da produtividade, estimado em 7,6% frente à anterior. Na Bahia, segundo maior produtor, a produção deve aumentar entre 19,5% e 31,1%, ainda que a área se reduza de 10% a 18%.
USDA – A produção global de algodão foi projetada em novembro em 22,486 milhões de toneladas na temporada 2016/17, praticamente o mesmo volume apontado em outubro/16. O consumo mundial está estimado em 24,384 milhões de toneladas, apenas 0,6% superior ao da safra 2015/16. O estoque da safra 2016/17, de acordo com o USDA, está estimado em 19,226 milhões de toneladas, aumento de 1,1% em relação ao relatório de outubro, mas recuo de 9% frente ao da temporada anterior. O volume foi pressionado especialmente pela significativa queda no estoque chinês, de 17,4%.
CAROÇO – A comercialização no spot esteve travada em novembro. Algumas esmagadoras, queixosas da queda nas vendas de produtos derivados, principalmente torta e farelo,estiveram fora de mercado, trabalhando com estoques. Com a ocorrência de chuvas e o término dos confinamentos, a pecuária reduz a utilização de torta e farelo. Compradores ativos estiveram voltados à aquisição de pequenos volumes da safra 2015/16, mas a diferença de preço entre as ofertas de compra e venda também limitou as efetivações. Da safra 2016/17, algumas negociações foram efetivadas.
EXPORTAÇÃO - O Brasil embarcou 92,5 mil toneladas de pluma em novembro, volume 17,5% menor que o de outubro/16 e 12,2% inferior ao de novembro/15, segundo a Secex. No acumulado de 2016 (jan-nov), o volume embarcado pelo Brasil soma 732,7 mil toneladas, 7,14% acima do mesmo período de 2015. Ainda conforme a Secex, o faturamento de outubro foi de US$ 144,1 milhões – 17,4% abaixo do de outubro/16, e 10,5% inferior ao de novembro/15. Já em Reais, a receita foi de R$ 481,1 milhões, contra os R$ 555,43 milhões de outubro/16 e de US$ 608,3 milhões em novembro/15.
IMPORTAÇÃO - O volume adquirido pelo Brasil em novembro foi de 803,3 toneladas, mais de oito vezes o de outubro/16 (apenas 99,7 toneladas). Assim, na parcial de 2016 (jan-nov), as importações somam 23,1 mil toneladas, bem acima das 2,128 mil toneladas do mesmo período de 2015 - dados da Secex.
Estatísticas
Gráficos