Milho Segue em Queda

Publicado 12.12.2016, 10:29
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Os preços do milho continuaram em queda em novembro em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, mas o volume de negócios realizados esteve maior frente aos dois meses anteriores.

O recuo de muitos compradores no mercado spot, que trabalharam com estoques, e o baixo ritmo das exportações pressionaram os valores, que registraram os menores patamares do ano em muitas praças. Nesse contexto, vendedores, que até outubro estavam na expectativa de alta nos preços, fundamentados no período entressafra, reajustaram suas expectativas e estiveram mais flexíveis nos valores de negociação. A forte diferença entre o preço doméstico e o internacional também pressionou as cotações, à medida que reduziu a competitividade do milho brasileiro no mercado externo e estimulou as importações.

Em novembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) acumulou baixa de 10,7%, fechando a R$ 36,49/saca de 60 kg no dia 30. A média mensal, de R$ 38,77/sc, foi a menor deste ano, com forte queda de 7,9% em relação a outubro, mas ainda 15% superior à de novembro/15. Compradores dessa região paulista seguiram sem dificuldades de abastecimento, com oferta vinda também do Centro-Oeste.

Considerando-se a média das regiões acompanhadas pelo Cepea, houve baixa de 10,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 8,4% no de lotes (negociação entre empresas). Já frente ao mesmo mês de 2015, o cereal ainda registra valorização, de 27,5% e de 26%, respectivamente.

Como já era esperado pelo mercado, as exportações brasileiras recuaram com força em novembro. O Brasil embarcou apenas 961,4 mil toneladas no mês, 140 mil toneladas a menos que em outubro/16 e 80% abaixo do volume de novembro/15, segundo a Secex.

Quanto às importações, o Brasil – especialmente os estados do Sul – segue adquirindo milho argentino e paraguaio. Segundo a Secex, de fevereiro a outubro (os dados de novembro ainda não haviam sido divulgados até o fechamento deste relatório), foram importadas 1,89 milhão de toneladas, o maior volume da série da Secretaria, iniciada em 1996.

No campo, o clima permaneceu favorável à semeadura e ao desenvolvimento do cereal nas principais regiões. O baixo volume de chuva em algumas praças, contudo, preocupou produtores. No Paraná, a semeadura foi finalizada no dia 7 de novembro e, no Rio Grande do Sul, 95% da área estimada estava implantada até o dia 1º de dezembro, segundo dados do Deral/Seab e da Emater/RS, respectivamente.

No segundo levantamento da safra 2016/17, a Conab manteve a boa estimativa de produção para a safra de milho, aumentando a produtividade da primeira safra para 4,981toneladas/hectare. Com isso, a produção total ficou estimada em 83,9 milhões de toneladas.

Na Argentina, chuvas continuaram dificultando o trabalho de semeadura, que havia atingido, no final de novembro, 43,3% da área esperada, avanço de 7,4 p.p. em relação ao mês anterior. Por outro lado, a boa umidade do solo favoreceu o desenvolvimento das lavouras implantadas.

Na BM&FBovespa (SA:BVMF3), os contratos de milho fecharam o mês em queda, acompanhando o movimento do mercado físico. O vencimento Jan/17 recuou expressivos 10,5%, a R$ 37,48/sc no dia 30. O contrato Mar/17 caiu 3,7%, a R$ 38,00/sc no final do mês.

Nos Estados Unidos, os bons números da safra norte-americana voltaram a pressionar as cotações do cereal na Bolsa de Chicago (CME Group). As demandas interna e externa aquecidas até elevaram os preços do milho na penúltima semana do mês, mas a alta do dólar e o fim da colheita acabaram exercendo forte pressão sobre os preços. O contrato Dez/16 caiu expressivos 5,1%, fechando a US$ 3,3675/bushel (US$ 132,57/t) no dia 30. Os vencimentos Mar/17 e Maio/17 recuaram 3,9% e 3,7%, a US$ 3,4850/bushel (US$ 137,20/t) e a US$ 3,5575/bushel (US$ 140,05/t), respectivamente.

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