O progresso nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia teve efeito calmante sobre a aversão ao risco globalmente mas, por outro lado, reduziu o ímpeto de alta dos preços das commodities, já que eventual resolução do conflito na região poderia reduzir a restrição de oferta mundial.
O real, que tem se valorizado em linha com o avanço das commodities desde o início da guerra, pode acabar sentindo algum ajuste caso haja queda acentuada nos preços desses produtos. Porém não vai ter um impacto tão grande, afinal acabar com o conflito não significaria acabar com as sanções contra a Rússia.
Ontem o dólar fechou em queda de 0,30%, a R$ 4,7573 para venda. No acumulado de março, o dólar tem queda de 7,74% frente ao real.
O patamar elevado da taxa Selic é o grande suporte para a queda do dólar. O diferencial de taxa de juros entre o real e o dólar beneficia o 'carry trade' e, portanto, o fluxo positivo de dólares no mercado de renda fixa". A Selic está atualmente em 11,75%, enquanto os juros básicos dos EUA estão num intervalo entre 0,25% e 0,5%. Com esse diferencial expressivo somando-se ao preço alto das commodities, tem espaço para o real se manter valorizado nos próximos meses.
Pode haver também um rebalanceamento de fundos estrangeiros no fim do mês, com tomada de lucros, já que o real foi a moeda que mais se valorizou. Eles reduzem as posições um pouco agora e voltam para o jogo depois.
Amanhã é dia de Ptax e portanto volatilidade garantida na briga entre comprados e vendidos.
Bons negócios a todos!