No contexto da usual volatilidade que observamos nos ativos nos últimos dias, o Brasil tem no contexto eleitoral um peso renovado, o que evita em partes que sigamos o mercado no exterior, em seus movimentos mais fortes, como observado nas altas de ontem.
Nossa bolsa fechou quase em estabilidade, quando o mercado de renda variável no exterior recuperou parte significativa das perdas mais recentes, mas sem nenhuma garantia de continuidade do movimento.
No Reino Unido, a tentativa fracassada de Liz Truss de emular um liberalismo econômico aos moldes de Margareth Thatcher tem falhado, especialmente quando se fala em cortes de impostos, em meio ao atual cenário, que demanda outras ações, que não tenha impacto fiscal tão significativo.
A intervenção do BoE nos GILTS, invertendo o QT ajudou a dissipar parte dos temores de piora do mercado de títulos global, mas não o suficiente para criar uma tendência, ou seja, há um alívio pela postura dos BCs em evitar a piora, porém, a situação de médio prazo continua extremamente desafiadora.
Os dados de inflação regional na Alemanha já superaram em muito as medições anteriores e tendem a confirmar a projeção de um CPI e núcleo em torno de 1,5%, com o dado cheio anual atingindo os 9,5% e núcleo 10,2%, acima do nosso IGP-M a ser divulgado hoje.
Com isso, os temores de uma recessão crescem, mas ainda o suficiente para criarem um alívio nos preços, portanto a estagflação na Europa tem espaço para se confirmar como realidade, com o adendo da situação com a Rússia, o que sugere que a pressão de títulos soberanos, mercados short em bolsa e pressões no dólar devem continuar nos próximos dias.
Localmente, a série positiva de notícias econômicas deve continuar com a deflação do IGP-M e mais uma criação expressiva de postos de trabalho medido no Caged de agosto, o que deve ter impacto eleitoral limitado.
O mercado deve continuar a focar nas eleições, porém não pôs no preço ainda a completa ausência de um plano e de uma equipe econômica por parte do favorito nas pesquisas, se agarrando a mínimos sinais, como o encontro com empresários, desconsiderando aquilo que foi discutido em tais encontros, como a percepção de medidas que podem, novamente, ter impacto fiscal ruim às contas públicas.
Atenção hoje também ao RTI - Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, após o fim do alívio da intervenção do BoE no mercado de títulos e apesar do IPO da Porsche (F:P911_p).
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos na sua maioria, não sendo acompanhado pelo mercado chines como um todo.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto cobre e minério de ferro.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, à medida que o furacão Ian ameaça a oferta no Golfo do México e o peso do dólar.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 4,31%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,375 / -0,09 %
Euro / Dólar : US$ 0,97 / -0,360%
Dólar / Yen : ¥ 144,72 / 0,347%
Libra / Dólar : US$ 1,09 / -0,046%
Dólar Fut. (1 m) : 5373,00 / -0,33 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,64 % aa (-0,52%)
DI - Janeiro 24: 12,90 % aa (0,90%)
DI - Janeiro 26: 11,66 % aa (1,61%)
DI - Janeiro 27: 11,72 % aa (1,47%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,0691% / 108.451 pontos
Dow Jones: 1,8835% / 29.684 pontos
Nasdaq: 2,0512% / 11.052 pontos
Nikkei: 0,95% / 26.422 pontos
Hang Seng: -0,49% / 17.166 pontos
ASX 200: 1,44% / 6.555 pontos
ABERTURA
DAX: -0,950% / 12067,56 pontos
CAC 40: -1,147% / 5698,91 pontos
FTSE: -1,058% / 6931,52 pontos
Ibov. Fut.: -0,02% / 108685,00 pontos
S&P Fut.: -0,85% / 3700,25 pontos
Nasdaq Fut.: -1,012% / 11431,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,62% / 113,45 ptos
Petróleo WTI: 0,28% / $82,38
Petróleo Brent: 0,25% / $89,54
Ouro: -0,60% / $1.647,83
Minério de Ferro: 0,76% / $95,60
Soja: 0,12% / $1.415,75
Milho: 0,22% / $674,75
Café: 0,02% / $228,90
Açúcar: -0,27% / $18,28