Ficou claro ontem como o mercado local está carente de um sinal sobre o futuro da economia, com a possibilidade, a ser confirmada ou não neste domingo, de um novo mandato do ex-presidente lula.
A simples menção de uma carta indicando responsabilidade fiscal agitou os ativos ao ponto do descolamento do exterior, mas esfriou tão rápido quanto esquentou, após a leitura de uma série de intenções desconexas e pior, com sinais de agravamento da situação fiscal, com injeção de mais recursos através dos auxílios.
Para muitos investidores, o alento de uma possível troca de governo vem do congresso, claramente mais favorável à recondução do atual presidente do que sua troca, que serve como uma força aglutinadora e controladora do executivo, após a aprovação do chamado “orçamento secreto”.
Tal expediente tirou do executivo o poder de barganha de um presidencialismo de coalisão e incrementou o poder do legislativo, ao ponto de converter a presidência em algo decorativo, como em um parlamentarismo.
Isso não evita a tentativa de junções de força no congresso e de um período conflituoso, seja qual for o novo presidente, porém faz com que muito daquilo que o legislativo aprovou no passado, como a importante série de reformas, não consiga ser revertido ou desvirtuado, na eventual troca de governo.
No exterior, a repetição do movimento agressivo do BCE ao elevar os juros em 75 bp pouco ajudou ao euro, pois foi seguido de um discurso nada animador de LaGarde quanto ao futuro do aperto monetário e dos programas de estímulo.
Perguntada sobre os próximos movimentos, LaGarde deu uma longa, arrastada e inconclusiva resposta, próxima da institucionalidade do comunicado, na linha de “vamos basear os próximos movimentos no desenvolvimento da economia”.
Além disso, a manutenção dos estímulos foi reforçada, dadas as “demandas da economia neste momento”, ou seja, BCE “enxugando gelo” no combate à inflação.
A Alemanha hoje registrou um breve alívio nas inflações regionais, a serem confirmadas pelo dado geral às 9:00 e a agenda conta com os dados mensais do PIB americano e o IGP-M negativo, aos -0,97% (Infinity: -0,81%) no Brasil, uma deflação puxada pelo atacado e no corporativo, Exxon Mobil (NYSE:XOM) e Chevron (NYSE:CVX) e aqui, Suzano (BVMF:SUZB3), Usiminas (BVMF:USIM5) e Vale (BVMF:VALE3).
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, após resultados mais fracos de Apple (NASDAQ:AAPL), Amazon (NASDAQ:AMZN) e Intel (NASDAQ:INTC).
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, puxados por techs, e após a manutenção dos juros no Japão e sinalização de novos estímulos, enfraquecendo o Yen.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro, na mínima de 1 ano.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, onde pesa a alta global do dólar, ainda que a oferta esteja apertada.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,40%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3432 / -0,72 %
Euro / Dólar : US$ 1,00 / -0,080%
Dólar / Yen : ¥ 147,59 / 0,902%
Libra / Dólar : US$ 1,15 / -0,259%
Dólar Fut. (1 m) : 5314,57 / -1,00 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,65 % aa (0,11%)
DI - Janeiro 24: 12,96 % aa (-0,19%)
DI - Janeiro 26: 11,69 % aa (-0,93%)
DI - Janeiro 27: 11,67 % aa (-1,19%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,6645% / 114.641 pontos
Dow Jones: 0,6098% / 32.033 pontos
Nasdaq: -1,6253% / 10.793 pontos
Nikkei: -0,88% / 27.105 pontos
Hang Seng: -3,66% / 14.863 pontos
ASX 200: -0,87% / 6.786 pontos
ABERTURA
DAX: -0,584% / 13134,08 pontos
CAC 40: -0,266% / 6227,44 pontos
FTSE: -0,475% / 7040,06 pontos
Ibov. Fut.: 1,66% / 116250,00 pontos
S&P Fut.: -0,68% / 3793,5 pontos
Nasdaq Fut.: -1,079% / 11111,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,70% / 112,45 ptos
Petróleo WTI: -1,12% / $88,08
Petróleo Brent: -0,77% / $96,21
Ouro: -0,85% / $1.649,45
Minério de Ferro: -0,93% / $80,95
Soja: -0,42% / $1.376,50
Milho: -0,62% / $678,00
Café: -1,20% / $176,70
Açúcar: -0,34% / $17,65